Fotos: Dircom/Alap
Audiência pública vai debater gravidez na adolescência no Amapá

Audiência pública vai debater gravidez na adolescência no Amapá



A Assembleia Legislativa do Estado do Amapá (Alap) realizará, nesta segunda-feira, 26, uma audiência pública com o tema: “Gravidez Precoce na Adolescência”, proposta pela deputada Edna Auzier (PSD). O debate ocorrerá às 9 horas, no plenário Deputado Dalto Martins, da Casa de Leis, com a participação da representante do Ministério Público Estadual, Neuza Rodrigues Barbosa, além de representantes da Secretaria Estadual de Saúde, Nair Mota Dias; da Secretaria Estadual de Educação, Sandra Casemiro; da Secretaria Municipal de Saúde de Macapá, Erika Aymoré; do Dr. Mauro Secco, médico especialista em Mastologia e Ginecologia; de Cristiani Barros Gomes, diretora do Hospital da Mulher Mãe Luzia; técnicos das redes municipal e estadual de saúde e educação; representantes de municípios com maior incidência de casos; e jovens e famílias que desejem compartilhar experiências.

O evento discutirá, sob a perspectiva da saúde pública, a crescente incidência de gravidez precoce entre adolescentes no Amapá, com atenção especial à realidade de meninas que enfrentam complicações, como abortos espontâneos, buscando caminhos para fortalecer políticas de prevenção, acolhimento e cuidado integral. “A gravidez na adolescência continua sendo uma preocupação de saúde pública e social no Estado. O aumento nos casos, somado à ocorrência de abortos espontâneos em meninas muito jovens, revela um cenário alarmante. A audiência, proposta pelo Dr. Mauro Secco, tem como foco avaliar o que o Estado já oferece e o que ainda é necessário garantir – da prevenção à assistência, do acolhimento à educação em saúde. Será uma escuta técnica, sensível e necessária para compreender a dimensão do problema nos municípios e nas comunidades vulneráveis”, destaca a deputada.

Durante o evento, diversos pontos serão abordados: dados atualizados sobre gravidez precoce e abortos espontâneos no Amapá; atuação da rede de saúde pública, incluindo atendimento ginecológico, pré-natal e acolhimento; políticas públicas voltadas às adolescentes grávidas; ações da assistência social para meninas em situação de vulnerabilidade; presença da temática nas escolas — educação sexual, prevenção e diálogo — e o papel das famílias, escolas e profissionais de saúde na orientação e proteção. “A gravidez é um acontecimento marcante na vida das famílias e, em particular, da mulher. Quando ocorre ainda na adolescência, a atenção deve ser diferenciada. O cenário muda para essa jovem mulher, pois estamos tratando de diversas situações — a vulnerabilidade ou os riscos sociais para as mães e também para os filhos, especialmente os recém-nascidos, que são particularmente vulneráveis e dependentes de cuidados”, justifica a deputada Edna.

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Segundo a parlamentar, a adolescência, por si só, constitui uma fase de autoafirmação e de transformações físicas, psicológicas e sociais. “No que se refere à gravidez, ela acarreta, para a adolescente e futura mãe, além das transformações físicas e emocionais inerentes ao processo, a responsabilidade por outra vida, o que requer maturidade biológica, psicológica e socioeconômica para prover suas próprias necessidades e as do filho”, argumenta.

Para a deputada, a audiência é um momento propício para ampliar a discussão sobre a proposta, a partir do diálogo com especialistas, profissionais de saúde e demais interessados. “Com essa iniciativa, buscamos enriquecer a pauta sob diferentes perspectivas, experiências e conhecimentos que possam contribuir para o seu aprimoramento”, destaca Edna Auzier.

Dados do Ministério da Saúde indicam que cerca de 18% dos nascimentos no Brasil são de mães com idades entre 10 e 19 anos. A cada dez crianças que nascem, duas são filhas de mães adolescentes. Um estudo do Banco Mundial mostrou que o Brasil elevaria sua produtividade em mais de 3,5 bilhões de dólares por ano caso as adolescentes adiassem a gravidez para depois dos 20 anos. “Ser adolescente e enfrentar uma gravidez não planejada é uma realidade difícil e, muitas vezes, solitária. Como mulher, mãe e representante do povo, acolho com muito compromisso essa proposta do Dr. Mauro Secco. Precisamos falar com coragem, sensibilidade e responsabilidade sobre o que está acontecendo com nossas meninas. Precisamos garantir cuidado, informação e apoio real, porque prevenir também é salvar vidas”, conclui a deputada Edna Auzier.

Por Everlando Mathias




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