Crédito: Maksuel Martins/GEA
Governo do Amapá consolida políticas de proteção territorial, avança na educação indígena e lidera debates climáticos na COP30

Governo do Amapá consolida políticas de proteção territorial, avança na educação indígena e lidera debates climáticos na COP30

Além de retomar obras paradas há uma década e garantir segurança alimentar diante de crises climáticas, gestão estadual investiu no protagonismo indígena, levando delegação histórica para a Conferência do Clima em Belém.


O ano de 2025 foi decisivo para a política indigenista do Governo do Amapá. Sob a coordenação da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), o Estado deixou de ser apenas um executor de obras pontuais para se tornar um articulador central na garantia dos direitos originários, atuando desde a infraestrutura básica nas aldeias até o palco global das mudanças climáticas.

O balanço anual da pasta revela uma gestão focada em três pilares estratégicos: a resolução de passivos históricos na educação, a resposta integrada à crise climática e alimentar, e o fomento à economia e cultura ancestral. As ações impactaram diretamente as comunidades do Oiapoque, do território Wajãpi e, através de cooperação técnica, alcançaram também povos do Norte do Pará e indígenas em contexto urbano em Macapá.

Governo do Amapá levou atendimento de saúde ao 1º Festival Cultural Galibi Maworno, realizado em julho, em Oiapoque
Governo do Amapá levou atendimento de saúde ao 1º Festival Cultural Galibi Maworno, realizado em julho, em Oiapoque
Foto: Maksuel Martins/GEA

Educação: O fim de uma espera de 10 anos

A educação escolar indígena recebeu tratamento prioritário, com foco na dignidade das estruturas físicas e pedagógicas. Um dos marcos mais simbólicos de 2025 foi a retomada das obras na Terra Indígena Paru D’este, no Norte do Pará. Paralisadas há mais de uma década, as construções foram reiniciadas após articulação da Sepi junto à Secretaria de Estado da Educação (Seed) e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), devolvendo a esperança de um ensino de qualidade para a região do Parque do Tumucumaque.

No território Wajãpi, a entrega das novas escolas nas aldeias Manilha e Mariry, somada ao início das reformas em outras quatro unidades (Iwirareta, Ituwaça, Itapé e CTA), demonstra a capilaridade das ações do governo. Já no Oiapoque, o avanço foi pedagógico: a Escola Estadual Indígena João Teodoro Forte, na aldeia Espírito Santo, passou a ofertar o Ensino Regular, atendendo a uma demanda antiga das lideranças locais.

Ações reforçam compromisso da atual gestão com os povos originários
Ações reforçam compromisso da atual gestão com os povos originários
Foto: Divulgação/Sepi

Resposta à crise: Ciência e Ancestralidade unidas

O ano também impôs desafios severos, como a crise fitossanitária causada pela "vassoura de bruxa", que atingiu as plantações de mandioca base da segurança alimentar indígena. A resposta do Governo do Amapá foi rápida e técnica.

Ações de fortalecimento da agricultura familiar foram apresentadas durante Assembleia das Aldeias Wajãpi
Ações de fortalecimento da agricultura familiar foram apresentadas durante Assembleia das Aldeias Wajãpi
Foto: Cristiane Mareco/GEA

Foi mobilizado um investimento de R$ 4,7 milhões através do programa ATER Indígena (Assistência Técnica e Extensão Rural). O recurso permitiu a contratação de 10 Agentes Ambientais Indígenas (Agamin) no Oiapoque e 5 Agentes Socioambientais Wajãpi. Esses profissionais atuam dentro dos territórios monitorando as mudanças climáticas e combatendo pragas, unindo o conhecimento tradicional à técnica científica.

Paralelamente, para mitigar os efeitos imediatos da escassez nas roças, o Governo realizou ações humanitárias de cautelamento (entrega de alimentos) em maio e junho, através do programa "Amapá Sem Fome", cobrindo todas as aldeias do Oiapoque e famílias vulneráveis do território Wajãpi.

Indígenas técnicos em meio ambiente foram contratados pelo Governo do Amapá para extensão rural em aldeias Waiãpi
Indígenas técnicos em meio ambiente foram contratados pelo Governo do Amapá para extensão rural em aldeias Waiãpi
Foto: Max Renê/GEA

Infraestrutura e Cidadania

O direito de ir e vir e o acesso a serviços essenciais também pautaram a agenda de 2025. Cumprindo compromissos firmados com as comunidades, o Governo iniciou a pavimentação e drenagem dos ramais indígenas no Oiapoque, fundamentais para a mobilidade dos povos Palikur, Galibi Marworno e Kali’na.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Entrega na Aldeia Açaizal, em Oiapoque, faz parte do pedido de lideranças indígenas
Entrega na Aldeia Açaizal, em Oiapoque, faz parte do pedido de lideranças indígenas
Foto: Divulgação/Aldeia Açaizal

Além disso, a Sepi atuou para preencher lacunas no setor elétrico, garantindo, via Secretaria de Infraestrutura (Seinf), a manutenção de geradores de energia nas comunidades. Na saúde, a articulação avançou para o município de Laranjal do Jari, onde foi debatida a implantação da Região Sudoeste de Saúde Indígena, visando melhorar o atendimento de média e alta complexidade.

Do Amapá para o Mundo: a força na COP30

O encerramento do ano consolidou o Amapá como protagonista na pauta ambiental global. Durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém, a Sepi liderou uma delegação de 23 pessoas. Indígenas amapaenses participaram de painéis sobre agricultura ancestral, justiça climática e dialogaram com autoridades internacionais. A missão resultou em parcerias estratégicas, como as tratativas com o Centro Internacional de Água e Transdisciplinaridade (CIRAT) para estudos na bacia do Rio Oiapoque.

secretária de Estado Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), Sonia Jeanjacque.
secretária de Estado Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), Sonia Jeanjacque.
Foto: Aydano Fonseca/Agência Nagib

"Este foi um ano de reafirmação do nosso compromisso. Enfrentamos desafios climáticos severos dentro dos territórios, unindo ciência e saberes tradicionais, ao mesmo tempo em que destravamos obras históricas na educação. Levar a voz dos povos indígenas do Amapá para a COP30 fecha esse ciclo mostrando que estamos cuidando de quem está na base, mas com os olhos voltados para o futuro", avaliou a secretária de Estado Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), Sonia Jeanjacque.

O encerramento do ano consolidou o Amapá como protagonista na pauta ambiental global
O encerramento do ano consolidou o Amapá como protagonista na pauta ambiental global
Foto: Max Renê/GEA

Cultura e Desenvolvimento Econômico

O balanço de 2025 encerra-se com saldo positivo também no fomento à cultura e à autonomia econômica. Com investimentos que ultrapassaram R$ 370 mil no "Abril da Resistência" e o apoio à comercialização de artesanato na 54ª Expofeira, que gerou mais de R$ 30 mil em renda direta, o Governo do Amapá reafirma o compromisso de valorizar a identidade dos povos originários.

O conjunto de ações executadas neste ano fortalece a presença do Estado nas bases e prepara o terreno para novos avanços em políticas públicas transversais no próximo exercício.

Comercialização de artesanato na 54ª Expofeira
Comercialização de artesanato na 54ª Expofeira
Foto: Jhon Martins/GEA
Diversas peças indígenas foram colocadas à venda
Diversas peças indígenas foram colocadas à venda
Foto: Jhon Martins/GEA

Publicidade
Ads Amapá Digital



O que achou desta notícia?


Cursos Básicos para Concursos