"Calor intenso aumenta a sensação de cansaço e pode tornar as interações sociais mais tensas", alerta especialista
No mês de agosto, a região Norte do Brasil já começa a sentir a elevação das temperaturas, consequência do início do período de estiagem, também conhecido como Verão Amazônico. Esse aumento na sensação térmica impacta diretamente o organismo, que pode apresentar sintomas como pressão baixa, cãibras, transpiração excessiva e sede intensa. A exposição prolongada ao calor pode ainda elevar os níveis de cortisol, hormônio do estresse, alterando neurotransmissores relacionados ao humor e provocando irritabilidade, fadiga, dificuldades de concentração e até desânimo.
De acordo com a psicóloga Miriam Carvalho, as condições climáticas extremas exigem adaptações na rotina para preservar o bem-estar emocional e a produtividade. “O calor intenso interfere na qualidade do sono, aumenta o cansaço e pode tornar as interações sociais mais tensas. Isso acontece porque o corpo precisa trabalhar mais para manter a temperatura interna estável, o que gera desgaste físico e emocional”, explica.
Para minimizar os efeitos desse período, Miriam, que também é professora da Estácio, recomenda estratégias simples, porém eficazes como se manter hidratado, evitar ambientes abafados, optar por roupas leves e reservar momentos de pausa ao longo do dia. “Sempre que possível, ajuste os horários das atividades mais exigentes para os períodos de menor calor. Pequenas mudanças na rotina podem reduzir o impacto do clima sobre o bem-estar mental”, orienta.
Outra recomendação é cuidar da higiene do sono, criando um ambiente fresco e escuro para dormir, além de limitar o consumo de cafeína ou alimentos muito pesados à noite, porque eles podem interferir no descanso. “Dormir bem é fundamental para manter o equilíbrio emocional e a clareza mental, especialmente em épocas de calor extremo”, acrescenta.
A especialista reforça que sintomas persistentes, como apatia prolongada, irritabilidade constante, ansiedade intensa ou queda significativa de produtividade, devem ser avaliados por um profissional. “Buscar apoio psicológico não é sinal de fraqueza, mas de autocuidado. Reconhecer os próprios limites é essencial para evitar problemas maiores e preservar a saúde mental em qualquer estação”, finaliza.