Governo do Amapá realiza diálogo com agricultores sobre combate à vassoura-de-bruxa, em Porto Grande
Reunião foi um espaço de escuta ativa e troca de conhecimentos, onde os produtores relataram dificuldades e esclareceram dúvidas sobre a doença fúngica que compromete a produção agrícola.
O Governo do Amapá realizou na quarta-feira, 23, um encontro com agricultores da Colônia do Matapi, no município de Porto Grande, para discutir ações de combate à praga conhecida como vassoura-de-bruxa, que tem afetado plantações em diversas regiões do estado.
A reunião foi um espaço de escuta ativa e troca de conhecimentos, onde os produtores relataram dificuldades e esclareceram dúvidas sobre a doença fúngica que compromete a produção agrícola.
Técnicos e representantes do Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária (Diagro), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) participaram da ação, prestando orientações sobre medidas preventivas e de controle da infecção.
Reunião foi um espaço de escuta ativa e troca de conhecimentos
Foto: Cristiane Mareco/GEA
O encontro também foi uma oportunidade para apresentar alternativas e soluções sustentáveis que minimizem os impactos da vassoura de bruxa nas lavouras locais. Atualmente, a praga já atinge plantações em oito municípios do estado, tornando essencial a mobilização e o suporte técnico aos agricultores.
O diretor-presidente do Rurap, Kelson Vaz, anunciou que o órgão lançará em breve o aplicativo Guardião Rural, uma ferramenta que permitirá aos produtores alimentarem uma base de dados com informações das suas propriedades, facilitando o monitoramento e a resposta rápida a pragas e doenças. A partir dessas informações, Embrapa, Diagro, Ministério da Agricultura e o próprio Estado poderão agir com mais precisão.
Diretor-presidente do Rurap, Kelson Vaz
Foto: Cristiane Mareco/GEA
Kelson também destacou que o Estado do Amapá está retomando o investimento de R$ 20 milhões no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com edital previsto para lançamento.
“Nossa intenção é retomar a compra de produtos como a macaxeira, garantindo apoio à produção local. O compromisso do Rurap também é retornar à região para organizar informações, apoiar os agricultores e dar continuidade aos atendimentos, como os já realizados por meio das caravanas com emissão de CAFs, assim, mantemos o Estado presente e atuante ao lado do produtor rural”, concluiu.
A secretária de Desenvolvimento Rural, Beatriz Barros, ressaltou a seriedade da situação e a importância de uma ação coletiva.
Secretária da SDR, Beatriz Barros
Foto: Cristiane Mareco/GEA
“Desde a identificação da praga no estado, o governador Clécio Luís tem nos orientado a tratar a situação com responsabilidade. Na terça-feira, 21, foi publicado o decreto que coloca o município de Porto Grande em estado de emergência, após a confirmação da praga pela Diagro. Nosso objetivo aqui não é alarmar, mas informar e construir soluções juntos. Estamos iniciando um processo de enfrentamento baseado na ciência, pesquisa e apoio técnico. A doença ainda é pouco conhecida e devastadora, por isso algumas medidas podem parecer rígidas, mas são necessárias”, afirmou.
Durante a explanação, o diretor-presidente da Diagro, Álvaro Cavalcante, destacou que todas as demandas apresentadas pelos agricultores serão analisadas e que soluções estão sendo estudadas.
Diretor-presidente da Diagro, Álvaro Cavalcante
Foto: Divulgação Cristiane Mareco
“Sabemos que essa situação da vassoura de bruxa em Porto Grande pegou todo mundo de surpresa. Não queríamos anunciar nada antes de termos informações concretas. Agora que a situação foi confirmada oficialmente, vamos atuar em conjunto, setor por setor”, reforçou Cavalcante.
O agricultor Sérgio Irineu, que também cultiva macaxeira, compartilhou a preocupação com a situação, mas falou também das medidas necessárias para combater o fungo.
“Estamos no meio do mundo, e por essa condição, vivemos no que pode ser chamado de ‘paraíso dos fungos’. Nosso clima combina todos os fatores ideais para o desenvolvimento deles: calor, umidade e acidez. Diante disso, precisamos de medidas enérgicas, de intervenções mais eficazes, talvez até mais fortes do que as que foram feitas em comunidades indígenas. Agora não é hora de testar proatividade, é hora de testar resistência e tolerância”, finalizou Irineu.
Por Cristiane Mareco