Foto: Sebrae/Rita Torrinha
Inova Amazonia Summit 2025: lideranças femininas debatem sobre empreendedorismo sustentável e inovador da região Norte

Inova Amazonia Summit 2025: lideranças femininas debatem sobre empreendedorismo sustentável e inovador da região Norte

Painel reforça papel da mulher na transformação sustentável da Amazônia


O Inova Amazônia Summit 2025 - evento promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com o Governo do Estado do Amapá (GEA) - iniciou sua programação de painéis com debates que destacam o protagonismo feminino como uma das principais estratégias para a bioeconomia e a inovação. A iniciativa reuniu cinco grandes lideranças da região Norte, à frente de empreendimentos que valorizam matérias-primas locais, como jambu, couro de peixe e cacau, e exercem papéis fundamentais na transformação social e econômica da Amazônia.

O debate foi mediado pela diretora técnica do Sebrae no Pará, Maria Domingas, que conduziu uma reflexão com as painelistas sobre diversas temáticas que evidenciam o potencial econômico e social da mulher na Amazônia. Foram destacados projetos e iniciativas liderados por mulheres que contribuem de forma significativa para a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável da região.

A primeira painelista a apresentar suas ideias e projetos foi a arquiteta paraense Tatiana Sinimbu Lima, fundadora da “Jambu Sinimbu”, uma empresa inovadora dedicada ao desenvolvimento de produtos derivados do jambu. Entre os destaques estão a cachaça e o "Tremidão Sinimbu", um concentrado da flor de jambu com efeito estimulante sensorial, indicado para consumo em bebidas ou aplicação tópica.

“Eu encontrei no empreendedorismo uma paixão, e tenho orgulho em dizer que sou uma arquiteta com especialização em jambu. Sempre destaco, como mulher empreendedora, que a partir de ideias inovadoras conseguimos conquistar mais espaço e valorização econômica. Mesmo diante dos desafios da bioeconomia, precisamos vestir a camisa, lutar e defender o que é nosso”, destacou Tatiana.

O debate prosseguiu com a participação da amapaense Bruna Freitas, CEO da Yara Couro, uma startup inovadora que transforma resíduos da indústria pesqueira em couro sustentável para a moda. A iniciativa utiliza peles de peixes como pirarucu, pescada-amarela e tilápia - materiais que seriam descartados - e os converte em couro por meio de um processo de curtimento com taninos vegetais, sem o uso de produtos químicos poluentes. A empresa também investe na aplicação de corantes naturais da floresta, como açaí e urucum, agregando ainda mais valor à produção.

“O descarte do couro de peixe foi o nosso ponto crucial. Fomos até o problema e apresentamos uma solução. Mostramos ao nosso fornecedor - o pescador - que o material que antes seria descartado é, na verdade, uma matéria-prima valiosa. O couro é ouro. Conseguimos transmitir, por meio da educação desse fornecedor, uma nova tecnologia e uma nova visão sobre a Amazônia”, afirmou Bruna.

A empreendedora paraense Noanny Maia, fundadora da Cacauaré, sediada em Mocajuba (PA), também participou do painel. Sua empresa adota práticas sustentáveis ao utilizar cacau cultivado em Sistemas Agroflorestais, valorizando o trabalho de mulheres locais na produção artesanal. A Cacauaré também oferece o “cacau cerimonial”, uma bebida usada em rituais de autoconhecimento e cura, que resgata saberes ancestrais da região.

“Com essa iniciativa, conseguimos unir as mulheres da comunidade e mostrar o verdadeiro valor do cacau. Criamos uma verdadeira rede de apoio, com acolhimento promovido por instituições como o Sebrae, que oferece capacitações e orientações sobre como empreender de forma correta. Iniciativas que valorizam a base e levam educação, capacitação e inspiração, são as que realmente fazem a diferença no mercado”, destacou Noanny.

Outra personalidade feminina que representou o Amapá no debate foi Ivana Cei, procuradora de Justiça do Estado e membro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Sua trajetória é um exemplo de liderança feminina e compromisso com a ética e a Justiça no serviço público.

“Hoje refletimos sobre a importância da mulher amazônida e levantamos questões sobre justiça social, equidade e igualdade de oportunidades - que nem sempre se concretizam. Para cada uma de nós estar aqui, destacando-se em sua área, foi preciso enfrentar inúmeros desafios. Precisamos centralizar e valorizar, inclusive por meio de políticas públicas, o papel da liderança feminina na nossa região”, concluiu Ivana Cei.

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Para a participante do evento, Nayara Cavalcante, que é professora de cursinho e analista de apoio pedagógico na Universidade do Estado do Amapá (UEAP), o momento foi de grande aprendizado e reflexão sobre as pautas femininas.

“Já ministrei aulas de empreendedorismo, e hoje, ver mulheres que inspiram outras mulheres e que compartilham suas vivências é algo profundamente inspirador para mim. Este evento, de fato, é um dos maiores que o Amapá já recebeu”, declarou Nayara

Programação

A programação do Inova Amazônia Summit segue até sexta-feira, 23 de maio, com mais de 25 painéis temáticos, palestrantes renomados, oficinas, feira de expositores, rodadas de negócios e atrações culturais que integram inovação, ciência e os saberes da Amazônia. A expectativa é que mais de 5 mil pessoas participem do evento que consolida o Amapá como referência na construção de uma economia sustentável.

Parceiros

O Inova Amazônia Summit é realizado pelo Sebrae e o Governo do Estado do Amapá (GEA), com apoio de parceiros como Conselho Nacional das Fundações de Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Grupo Equatorial, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Grupo Rede Amazônica e Fundação Rede Amazônica, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Social da Indústria e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Sesi e Senai Amapá), Associação Brasileira de Startups (ABStartups), Sebrae Play, Mariza Alimentos, Lan Telecom, Associação Amapaense de Tecnologia (Amapatec), Comunidade Tucuju Valley e Instituto Amazônia +21.

Por Jamylle Nogueira
Talismã Comunicação

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Foto: Sebrae/Rita Torrinha




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