Indústria 4.0: o que esperar dos conselhos de administração para o futuro?
- 23/02/2023
- ESG
Saiba como os conselheiros devem se preparar para lidar com as principais mudanças que estão por vir
As principais demandas para os conselhos para os próximos anos, assim como qual é o papel esperado de cada profissional que compõe o board estão entre as principais discussões da atualidade e há algum tempo é motivo de preocupação por parte do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
"O mundo vivencia constante transformação tecnológica, novas tendências de consumo e produção, assim como a indústria 4.0 está presente. E são esses, entre tantos fatores, que exigem uma visão de futuro mais profunda. O futuro é sobre o que acontecerá daqui a um, dois, dez, vinte anos? Também, mas ele também é resultado de ações que são tomadas no presente. O que se espera do conselho de administração para o hoje e amanhã?", reflete Carlos Moreira, CEO da MORCONE Consultoria Empresarial.
Conselhos do Futuro – o que será necessário para impactar positivamente o amanhã?
Há muito tempo que as empresas não se sustentam apenas por meio de um discurso emocionante, sendo assim, o “ativismo” ganha maior notoriedade e pode ser visto como a força de transformação da realidade por meio de ação prática.
Segundo o IBGC, atualmente está sendo vivenciado um processo amplo, resultado de maior conscientização da sociedade, o que requer mudança, evolução, olhar holístico, novas perspectivas, função de diversas variáveis, dentre elas, escolaridade, conectividade e acesso à informação.
Para o órgão, o ativismo como iniciativa da organização, pode ser tratado como “posicionamento com causa”, com ações de impacto que transcendem a empresa, impactando a sociedade e, em muitas vezes, trazendo transformações perenes também em governos, concorrentes e reguladores.
Como saber se o conselho está no caminho certo? Segundo o IBGC, existem fatores a serem considerados, dentre eles:
Olhar honesto para dentro – Porque o conselho deve ser um reflexo daquilo que é pregado (cultura, normas e o propósito/ativismo/posicionamento), suas dinâmicas e deve refletir a diversidade de olhar e trocas transparentes.
Quanto aos aspectos societários, como os conselhos têm trabalhado suas dinâmicas internas para interagir com diversos atores?
- Agentes de Governança;
- Propósito – Ética – Princípios de Governança Corporativa;
- Partes Interessadas – Regulação – Auto Regulação – Melhores Práticas;
- Sociedade – Meio Ambiente.
O gestor, Gino Oyamada, esteve presente em um painel de debates promovido pela FDC (Fundação Dom Cabral), para falar sobre o que é esperado do Conselho do Futuro e pontuou alguns importantes insights sobre o tema:
Olhar de fato para o futuro
Segundo Oyamada, uma das características de grande parte dos conselhos atualmente é olhar para números, performance, balanços, diagnósticos de auditoria, mas muito pouco para tendências futuras, oportunidades e ameaças de outros cenários e para o planejamento estratégico de médio e longo prazo.
“Temas de curto prazo têm sido dominantes nas pautas, o que é compreensível, ainda mais diante das características de controle familiar de grande parte das empresas brasileiras. Mas organizações e conselheiros precisam reservar tempo, análise e reflexão sobre o que está por vir no médio e longo prazo”, alerta o especialista.
Abertura para a juventude e a diversidade
Outro ponto destacado pelo gestor foi a necessidade de conselhos intergeracionais, ou seja, que contem com diferentes perfis profissionais, idade, gênero, etc.
“Conselheiros jovens, que vivam as novas tendências, que invistam em novos negócios e procurem novas formas de navegar no mercado e os questionamentos que essa “mistura” podem trazer à organização são ricos e potenciais fontes em mudanças em processos, produtos e posicionamentos”, acredita.
Trabalho de forma consciente no ambiente no qual está inserido
Oyamada também ressalta que cada vez mais se exigirá do Conselheiro o pleno conhecimento e a total consciência do ambiente em que está inserido, seja ele interno ou externo e que não basta o conhecimento técnico e a experiência a serviço da organização.
“Estar ciente de novas legislações, dos riscos do negócio, da dinâmica competitiva e de seus impactos tanto na organização, nos acionistas como no mercado em que atua, será cada vez mais essencial”, ressalta.
Além disso, o especialista frisou que será cada vez mais importante o domínio sobre a cultura da organização, dos seus valores, do ambiente interno, do seu histórico e até mesmo de suas idiossincrasias para melhor exercício do seu papel como conselheiro independente.
Por Carlos Moreira - Há mais de 36 anos atuando em diversas empresas nacionais e multinacionais como Manager, CEO (Diretor Presidente), CFO (Diretor Financeiro e Controladoria) e CCO (Diretor Comercial e de Marketing).
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