Jovem é morto por PM durante confusão em campo de futebol no AP; polícia investiga motivo fútil
Advogado de defesa do policial alega legítima defesa após vítima supostamente ter apontado arma para suspeito. Justiça decretou prisão preventiva do PM.
A Polícia Civil do Amapá investiga como homicídio doloso por motivo fútil um crime ocorrido na noite de sábado (5), na Zona Norte de Macapá. Luiz Angelo Soares Melo, de 23 anos, levou um tiro nas costas após uma confusão em um campo de futebol. O policial militar Fábio Corrêa foi preso e alega ter atirado em legítima defesa, após a vítima ter apontado uma suposta arma.
O delegado Wellington Ferraz, que investiga o caso na Delegacia de Crimes Contra a Pessoa (Decipe), conversou com testemunhas no local do crime, ainda na noite de sábado.
O caso ocorreu no bairro Infraero 1, próximo a um campo de futebol e à escola Josafá Aires da Costa, pouco após as 22h. Após um jogo, o policial que mora próximo do local se irritou, subiu em um dos postes e danificou um refletor. Houve uma confusão e o PM efetuou disparos. Um deles atingiu Melo, estava em uma bicicleta e caiu metros depois. O óbito foi confirmado ainda no local do crime.
Há duas versões distintas para o caso. A Polícia Civil acredita que o homicídio foi praticado mediante impossibilidade de defesa da vítima e por motivo fútil. Para Ferraz, a vítima, que não participou da partida de futebol, estava apenas observando a confusão e que foi baleado quando estava fugindo dos disparos do policial.
"Nossa ida ao local foi fundamental para que ouvíssemos testemunhas e confirmaram que a vítima não esboçou qualquer tipo de reação contra o militar. Pelo contrário, ela fugiu até porque o policial estava armado e foi alvejada com impossibilidade de defesa", disse o delegado.
Ele completou que inicialmente a perícia não localizou nenhuma arma com a vítima do crime. Depois que os peritos da Polícia Científica saíram do local, policiais militares que atenderam a ocorrência apresentaram uma arma, que estaria na posse de Melo.
O policial militar envolvido no caso se apresentou no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do conjunto Macapaba, na Zona Norte, acompanhado de advogado, que descreveu que o cliente estava estressado com situações em que a bola atingia a fiação elétrica e deixava a casa dele sem energia. Por isso, o policial teria começado a danificar o refletor.
Em depoimento, o PM Fábio Corrêa disse que reagiu em legítima defesa porque a vítima sacou uma arma contra ele.
Fonte: G1-AP