Comarca de Calçoene organiza projeto de empreendedorismo social na região
O Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), por meio da Vara Única da Comarca de Calçoene, lançará, no dia 13 de outubro, das 17 às 20 horas, um projeto social de capacitação e fomento ao pequeno empreendedor local. Intitulada Empreender Calçoene, a iniciativa contará com abertura pela juíza Ilana Luongo e participarão, diretamente ou por meio de representantes, o Tribunal de Justiça do Amapá, a Prefeitura de Calçoene, o Ministério Público do Amapá, a Aliança Empreendedora e o SEBRAE/AP. Também são parceiros do evento as organizações sem fins lucrativos a Barkus e Civi-co Ventures. (CLIQUE AQUI PARA SE INSCREVER NO EVENTO OU ENTRE EM CONTATO NO EMAIL EMPREENDECALCOENE@GMAIL.COM.BR)
Empreender Calçoene é um projeto que busca oferecer ao público local a oportunidade de escolher, definir ou desenvolver um pequeno negócio de seu interesse, aprender a estruturá-lo enquanto ideia e, para os melhores projetos, financiar sua concretização por meio de uma ampla parceria que deve ainda envolver bancos de fomento e linhas de microcrédito. Qualquer interessado poderá se inscrever, inclusive jovens, mães e egressos do sistema prisional, além de outros públicos com desafios financeiros que têm a vida tocada pelo Poder Judiciário, como condenados em ações cíveis e pagantes de pensão alimentícia. A ideia é proporcionar o despertar de novos empreendedores que poderão criar um meio próprio de sustento.
A primeira fase do projeto conta com divulgação e ativação de públicos-alvo, lançamento oficial, curso e três workshops (o calendário será divulgado durante o lançamento). Para participar do evento de lançamento – que será realizado em modo híbrido (presencial e remoto), no Fórum de Calçoene – basta acessar link e preencher o formulário. Também é possível se inscrever presencialmente, no dia do evento - as vagas presenciais serão limitadas a 40 participantes.
Inicialmente voltado ao público de Calçoene, mas com parte da formação disponibilizada online, o Empreender Calçoene também permitirá que pessoas de outros locais acessem os conteúdos e oportunidades, estimulando o crescimento pessoal e a criação de emprego e renda de forma a não ceder às tentações no mundo das drogas ou da saída da comunidade em busca de oportunidades.
A iniciativa também promoverá um concurso entre os melhores projetos, ainda em número a definir, para viabilizar seu financiamento por meio de bancos de fomento e linhas de microcrédito.
A ideia
De acordo com a juíza Ilana a ideia inicial partiu de contatos e reuniões realizados por meio da Rede de Líderes da Fundação Lemann, instituição sem fins lucrativos que colabora com iniciativas para a educação pública e apoia pessoas comprometidas com grandes desafios sociais inclusive levando-os a estudar fora do Brasil. “A rede foi criada para que possamos pensar e executar formas de retribuir à sociedade aquilo que recebemos”, relatou a magistrada.
“Estava contando do meu desejo de possibilitar que as pessoas de Calçoene empreendessem para superar as dificuldades financeiras e até mantê-las longe de atividades ilícitas, criando seu próprio trabalho e sustento”, comentou a juíza. “A cidade é distante da capital e isso limita as oportunidades, sejam de formação ou de empregos formais, pois apesar de ser local rico em recursos naturais é afastada da capital”, complementou.
A juíza chegou a realizar uma enquete online na cidade e verificou que muitos dos que responderam a pesquisa são jovens ou mulheres. Ela observou ainda que a criminalidade nestes círculos tem aumentado por necessidade de financiar os custos e manutenção da família, mas poucas oportunidades de trabalho têm surgido na região.
Eizen Wanderley, mestre em Política Internacional Lemann Fellow e mestre em Empreendedorismo Social, articuladora voluntária no Empreende Calçoene, integra a mesma rede e conhece de perto projetos que trabalham a formação empreendedora junto a egressos do sistema prisional nos Estados Unidos e viu uma oportunidade de adaptar sua experiência dentro da realidade de Calçoene. Ela defende que a importância do Empreender Calçoene é a possibilidade de “ativar e orientar pessoas que estão passivamente aguardando oportunidades para que possam resolver por si”.
Paulo Rezende, da Civi-co (espaço de articulação de empreendedorismo cívico e social), explica que a formação oferecida pelo Empreender Calçoene não é útil somente para quem quer montar seu negócio, “pois ajuda também a quem quer entrar no mercado de trabalho e quem simplesmente quer mais educação financeira”, afirmou Paulo.
Como é um trabalho em grande parte online e realizado em parceria com instituições com expertise em educação à distância, “isto pode permitir expansões futuras, no Amapá ou mesmo em outras partes do Brasil”.
“O projeto piloto não seria possível sem a presença do TJAP, na pessoa da juíza Ilana Luongo, pois se a iniciativa dependesse de nossa presença física, seria inviabilizada economicamente”, registrou Paulo Rezende, da Civi-co.
Contato
Mais informações sobre o Empreende Calçoene pelo e-mail empreendecalcoene@gmail.com.br, pelo celular (96) 99967-7981 ou diretamente no Instagram do projeto: @EmpreendeCalcoene.
Por Aloísio Menescal
