Muito "brega" e carimbó agitam o encerramento da Ópera da Serra da Capivara

Temporada 2022 do evento foi marcada por muitas cores, emoção e inovação técnica, além da homenagem à arqueóloga Niède Guidon. Espetáculo já tem tema escolhido para o próximo ano


Piauí, 01 de agosto de 2022 - Dona Onete fez o chão da Caatinga tremer mais que a flor do jambu na boca cantando bregas e um carimbó "arretado" no encerramento da Ópera da Serra da Capivara, no anfiteatro da Pedra Furada, no último sábado (30).

A artista mostrou que apesar da idade - ela está com 83 anos -, tem energia de sobra para levar um show com repertório de 16 músicas seguidas sem descansar. E a plateia não deixou por menos, cantou, pulou  e dançou cada sucesso trazido pela cantora paraense.

“Depois de tudo o que a gente passou, agora a alegria está voltando, podemos nos abraçar. E aqui foi tudo tão bonito… Ver as pessoas dançando as minhas músicas, até lá em cima na arquibancada. É emocionante! E temos também a oportunidade de vender a imagem do Pará, o meu lugar mostrar a nossa cultura”, diz Dona Onete. 

Antes da carreira de cantora, ela foi professora de história e diz que vir ao Parque era um desejo antigo. “Minha neta até chorou quando viu os paredões com as pinturas rupestres. A gente aprende vendo coisas normalmente só nos livros, não é? Chamo de cultura morta. Mas aqui, ela está viva, você vendo e aprendendo com os próprios olhos. É outra história!”, conta, empolgada.

Espetáculo

Também foi intensamente aplaudido o momento principal da noite, o Ato Niède, cuja narrativa homenageou a arqueóloga franco-brasileira, dona de um legado que mudou vidas e ajudou a recontar a história da chegada dos primeiros humanos às Américas.

Durante cerca de um hora, atrizes, bailarinos, acrobatas, músicos, projeções de vídeo mapping, iluminação e toda uma equipe técnica de primeira linha fez o público se emocionar.

Edição 2023

O diretor-artístico Felipe Guerra aproveitou para revelar uma surpresa ao final: no próximo ano será encenada pela Ópera “Carmen do Sertão”, uma adaptação da famosa peça do francês George Bizet, e que narra a história de uma cigana espanhola empoderada, decidida, muito a frente de seu tempo.

“A nossa ideia é em 2023 a gente fazer uma releitura desse clássico, utilizando elementos do sertão. Com uma nova trilha sonora, enredo, mas que traga a história real na essência. Já estão todos convidados!”, adianta Guerra.


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