Polícia faz reconstituição de crime com PM que matou tenente na frente do filho, em Macapá
Tese da defesa é de legítima defesa após policial ter exibido arma de fogo. Crime teria ocorrido após discussão no trânsito no dia 24 de fevereiro.
As polícias Civil e Científica (Politec) realizaram neste sábaado (5) a reconstituição do crime que terminou com a morte do tenente da Polícia Militar (PM) Kleber dos Santos Santana, de 42 anos. Ele foi morto a tiros, disparados por outro militar após o que, inicialmente, teria sido um desentendimento no trânsito.
O major aposentado da PM Joaquim Pereira da Silva, que se apresentou à polícia como autor dos disparos, participou da reprodução simulada dos fatos, assim como os veículos dele e da vítima, e testemunhas do crime.
O suspeito alegou à polícia que agiu depois que a vítima exibiu uma arma de fogo contra ele. O automóvel do tenente Kleber foi alvo de 4 disparos.a
O caso aconteceu na manhã de 24 de fevereiro, no cruzamento da Rua Odilardo Silva com a Avenida Cora de Carvalho, no Centro de Macapá. O tenente foi morto a tiros quando levada o filho de 4 anos para a escola. O menino, que lembra de tudo o que viu, não foi ferido.
A Polícia Civil diz que a investigação do crime ainda está em andamento. Nesta manhã, as equipes da Delegacia de Crimes Contra a Pessoa (Decipe) e da Politec buscaram verificar a possibilidade da legítima defesa alegada pelo investigado como autor do homicídio.
Os agentes também queriam observar o crime a partir da visão das testemunhas e chegar a angulação dos disparos, de acordo com a posição dos veículos. Além disso, a Decipe quis saber se o major conseguiria avistar a arma nas pernas da vítima no momento em que os veículos estavam emparelhados.
O que diz a defesa?
No mesmo dia do crime, a polícia apreendeu o carro do suspeito pelos disparos, que foi abandonado a 1,5 quilômetro do local dos tiros.
Pereira da Silva fugiu após efetuar quatro disparos contra o carro do tenente, que foi atingido na cabeça e morreu na hora. No depoimento dado no dia seguinte ao crime, o major declarou que o crime não foi premeditado e que houve uma discussão momentos antes dos disparos, onde o tenente teria apontado a arma na direção dele.
Um tio de Kleber Santana afirmou que o acusado possui diversas passagens na justiça por crimes anteriores.
Ao g1, a defesa do major Joaquim Pereira da Silva explicou que o homem "já respondeu a todos os processos" e que pelo tempo das ações, pode responder "na condição de réu primário".
Quando se apresentou à polícia, o delegado comentou que, pelo que já havia apurado, o atirador assumiu o risco de matar, tanto do tenente quanto da criança.
Fonte:G1-AP