Diálogo

Em Oiapoque, governador Clécio Luís reúne com caciques para informar e esclarecer dúvidas sobre o petróleo na Costa do Amapá


Durante encontro na Aldeia Kuahì, gestor reforçou que reunião é preparatória e destaca a importância da participação indígena desde o início do processo.


Neste sábado, 28, em um gesto de escuta ativa e respeito às lideranças tradicionais, o governador do Amapá, Clécio Luís, participou de um encontro na Aldeia Kuahì, às margens da BR-156, com caciques de cinco regiões indígenas de Oiapoque, município que concentra 71% dos povos originários do todo o estado.

Governador do Amapá ouve demandas e esclarece dúvidas sobre pesquisa de petróleo

Governador do Amapá ouve demandas e esclarece dúvidas sobre pesquisa de petróleo

Foto: Israel Cardoso/GEA

"Venho aqui para atender um chamado de vocês. Me colocar aqui para ajudar, referendar, mas jamais falar em nome de vocês. Ainda não estamos aqui para vocês decidirem, nem a favor nem contra o petróleo. Essa é uma reunião preparatória. Um momento em que eu, como governador do Estado, venho primeiro conversar diretamente com vocês. A partir dessa conversa, vamos ter um momento de diálogo entre vocês e a Petrobras, que precisa esclarecer tudo, deixar tudo muito claro e dizer o que vai acontecer e o que não vai acontecer", disse Clécio Luís.

A reunião, proposta pelas próprias lideranças indígenas, teve como pauta central o processo de pesquisa e possível exploração de petróleo na Margem Equatorial. Durante o encontro, os caciques puderam tirar dúvidas e acessar informações diretamente com o chefe do Executivo Estadual, que conduziu uma apresentação detalhada, abordando os principais desafios, riscos e oportunidades envolvidas na atividade petrolífera.

Reunião reuniu caciques de cinco regiões indígenas do município de Oiapoque

Reunião reuniu caciques de cinco regiões indígenas do município de Oiapoque

Foto: Israel Cardoso/GEA

Durante o diálogo, o governante também explicou que o encontro não se trata ainda da consulta pública nem do cumprimento do protocolo formal de consultas previsto para empreendimentos desse tipo, mas de um momento preparatório, voltado a esclarecer dúvidas sobre a fase inicial de pesquisa da exploração de petróleo na costa do estado.

O cacique Edimilson Oliveira, coordenador do Conselho dos Povos Indígenas do Oiapoque, ressaltou a importância do diálogo sobre a exploração de petróleo, especialmente pela proximidade dos territórios indígenas com a Foz do Rio Amazonas. Segundo o cacique, é fundamental que as lideranças tenham acesso a informações corretas para compreender o processo de pesquisa e seus possíveis desdobramentos.

Edmilson Oliveira, coordenador do Conselho dos Povos Indígenas do Oiapoque

Edmilson Oliveira, coordenador do Conselho dos Povos Indígenas do Oiapoque

Foto: Maksuel Martins/GEA

"Temos recebido muitas coisas, muitas versões, mas precisamos entender como se dá uma pesquisa, uma exploração de petróleo. Isso é novo para nós. Estamos também muito preocupados com essa questão, porque sabemos que todo empreendimento traz benefícios, mas também traz impactos. E a gente precisa estar nesse diálogo, compreendendo o que está por vir, para que nós, povos indígenas aqui de Oiapoque, possamos participar com consciência", enfatizou Edmilson.

Momento de escuta entre governo do estado e povos indígenas da região Norte do Amapá

Momento de escuta entre governo do estado e povos indígenas da região Norte do Amapá

Foto: Israel Cardoso/GEA

Para Marlene Yaparrá, cacica da Aldeia Lençol, localizada na BR-156 e pertencente ao povo Palikur, o encontro representa um momento importante de esclarecimento. Marlene destacou que ainda existem muitas dúvidas entre as lideranças sobre o que, de fato, envolve a exploração de petróleo na região. Por isso, avalia a reunião como uma oportunidade para buscar respostas diretamente com o governo.

Marlene Yaparrá, cacica da Aldeia Lençol

Marlene Yaparrá, cacica da Aldeia Lençol

Foto: Maksuel Martins/GEA

"O governador Clécio Luís estar presente aqui para nos responder, para dialogar com a gente, ouvir o que temos a dizer, trazendo essas informações para nós, ajuda a abrir um pouquinho mais a nossa mente. Esse é um momento de diálogo conjunto. Estamos sendo ouvidos pelo Governo do Estado, e isso mostra que não estamos sendo ignorados, que os povos originários estão sendo respeitados", destacou Marlene.

Estiveram presentes na reunião representantes da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), do Meio Ambiente (Sema), da Educação (Seed), da Infraestrutura (Seinf), da Saúde (Sesa), do Desenvolvimento Rural (SDR), da Casa Civil, dos Direitos Humanos, do Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural (Rurap) e da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará (APOIANP).

Por Winicius Tavares

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Foto: Israel Cardoso/GEA

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