Gestão Hídrica

Marco histórico: Governo do Amapá lança Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari com abrangência em 11 municípios


Instrumento gestor garante articulação entre setor público, sociedade civil e usuários de recursos hídricos, servindo para decisões estratégicas e investimentos com segurança jurídica e ambiental.


O Governo do Amapá consolida mais um instrumento de democratização dos recursos hídricos. Nesta quarta-feira, 25, o governador Clécio Luís lançou o Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (PDBH), ferramenta que estabelece diretrizes para o uso sustentável das águas, conciliando preservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico com foco no bem-estar da população e do meio ambiente.

‘Cuidar das nossas águas é garantir o desenvolvimento do Amapá’, diz governador Clécio Luís ao lançar o Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari

O plano foi construído após um ciclo de escutas públicas e oficinas participativas promovidas em diversos municípios pelo Governo do Estado sob a coordenação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). A iniciativa complementa o Plano Estadual de Recursos Hídricos, lançado neste mês de junho, e se articula com outras políticas públicas, como o Código de Governança Socioambiental, o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) e o Atlas Solar do Amapá.

Plano foi construído após um ciclo de escutas públicas e oficinas participativas promovidas em diversos municípios

Plano foi construído após um ciclo de escutas públicas e oficinas participativas promovidas em diversos municípios

Foto: Luhana Baddini/GEA

O conselheiro do Comitê da Bacia e presidente da Colônia de Pescadores de Pedra Branca do Amapari, Carlos Oliveira, 53 anos, enfatiza a importância da regulamentação para as atividades que utilizam o rio, consumo e a segurança de conservação do recurso natural.

Carlos Alberto Oliveira, conselheiro do Comitê Gestor da Bacia Hidrográfica do Araguari

Carlos Alberto Oliveira, conselheiro do Comitê Gestor da Bacia Hidrográfica do Araguari

Foto: Max Renê/GEA

“É uma honra poder participar dessa entrega e poder contribuir com ideias e opiniões, até porque a gente vive desse rio. Eu como pescador e presidente de colônia sei da importância da utilização do rio e, para manter é indispensável dar o direcionamento correto para o uso responsável da água, tanto na pesca, quanto na psicultura e produtores rurais que trabalham com irrigação”, declarou Carlos.

A secretária de Estado do Meio Ambiente, Taisa Mendonça, destacou a relevância do plano como ferramenta de ordenamento, conservação e segurança jurídica para os diferentes usos das águas no território.

Taisa Mendonça, secretária de Estado do Meio Ambiente

Taisa Mendonça, secretária de Estado do Meio Ambiente

Foto: Max Renê/GEA

“Sob a condução do governador Clécio Luís, essa é mais uma entrega histórica, o Plano é mais um importante instrumento de política pública ambiental, mas acima de tudo, uma ferramenta de gestão dos recursos hídricos da bacia hidrográfica que abrange 11 municípios. É uma política pública ambiental que reafirma o compromisso de uma gestão pública responsável e alinhada à sustentabilidade. Este plano orienta o uso das nossas riquezas hídricas, respeitando os modos de vida de quem habita sob a copa das árvores e às margens dos rios”, destacou a secretária de Estado do Meio Ambiente, Taisa Mendonça.

O instrumento gestor é uma ferramenta que reforça o papel do Estado na articulação entre o setor público, sociedade civil e usuários de recursos hídricos, servindo como base técnica para decisões estratégicas e atração de investimentos. Também fortalece o alinhamento com a Política Nacional de Recursos Hídricos, valorizando a participação social e a conservação dos ecossistemas aquáticos.

Governador Clécio Luís lançou o Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari nesta quarta-feira, 26

Governador Clécio Luís lançou o Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari nesta quarta-feira, 26

Foto: Max Renê/GEA

O documento traz um diagnóstico completo da bacia e propõe ações voltadas à gestão integrada e participativa das águas. Entre os principais eixos, estão:

  • Diagnóstico dos usos e potenciais hídricos: abastecimento humano, energia,    agricultura, pesca, turismo e conservação;
  • Propostas para prevenção de conflitos pelo uso da água;
  • Subsídios ao licenciamento ambiental e ao zoneamento ecológico-econômico;
  • Diretrizes para segurança jurídica e investimentos;
  • Avaliação de cenários frente às mudanças climáticas.

O diretor de Desenvolvimento Ambiental, Marcos Almeida, enfatiza que o instrumento gestor, além de ser um marco estratégico para a gestão dos recursos hídricos no estado, apresenta o diagnóstico quali-quantitativo das águas superficiais e subterrâneas, a análise das demandas atuais e futuras, o prognóstico de cenários hídricos para os próximos 5, 10 e 20 anos e a elaboração de programas de ação com metas e diretrizes claras.

Diretor de Desenvolvimento Ambiental, Marcos Almeida

Diretor de Desenvolvimento Ambiental, Marcos Almeida

Foto: Lidiane Lima/GEA

“Esses resultados foram construídos de forma participativa, com oficinas, seminários e escutas em campo, permitindo que o plano reflita a realidade territorial e as necessidades de quem vive e produz na bacia. O documento consolidado inclui ainda propostas para cobrança pelo uso da água, mecanismos de outorga, diretrizes para enquadramento dos corpos d'água, e um robusto banco de dados georreferenciado”, destacou.

A grande inovação do Plano está na sua capacidade de integrar diferentes atores e setores em torno de uma governança compartilhada. Ele estabelece um modelo de gestão articulada entre o Comitê da Bacia, o poder público, o setor produtivo, as comunidades tradicionais e a sociedade civil organizada, alinhando-se ao Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Isso garante maior previsibilidade aos empreendimentos, promove segurança jurídica e contribui para a sustentabilidade ambiental e econômica da região.

“Estamos entregando uma ferramenta viva, que orientará as políticas públicas hídricas do Amapá com base em ciência, participação social e respeito aos nossos ecossistemas. Este plano representa um marco técnico e político para o Amapá. Foram 12 meses de trabalho intenso, com pesquisas, oficinas e escutas públicas. Ele inaugura um novo modelo de desenvolvimento regional, baseado na valorização dos recursos naturais e na articulação institucional”, finalizou Almeida.

Documento traz um diagnóstico completo da bacia e propõe ações voltadas à gestão integrada e participativa das águas

Documento traz um diagnóstico completo da bacia e propõe ações voltadas à gestão integrada e participativa das águas

Foto: Luhana Baddini/GEA

Esforço conjunto

A elaboração do instrumento gestor contou com empenho e articulação do senador da República, Davi Alcolumbre, junto a Eletrobrás, propulsora do Plano construído em conjunto com os povos tradicionais, setor público, privado, sociedade civil, órgãos gestores ligados ao recurso, demais usuários e apoio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MIDR).

Comitê Gestor

O Comitê Gestor é coordenado pela Sema é formado por 42 membros: 14 representantes do poder público, 14 da sociedade civil e 14 do setor de usuários de recursos hídricos. O colegiado é responsável pela deliberação, regulamentação e definição de critérios para o uso das águas da bacia, inclusive a cobrança pelo uso.

Bacia do Rio Araguari

Com cerca de 42.710 km², a Bacia Hidrográfica do Rio Araguari é a maior do Amapá, abrangendo cerca de 30% do território estadual. Sua rede hidrográfica inclui os rios Falsino, Amapari, Cupixi, Mutum e o próprio Araguari. A bacia é vital para a geração de energia, abastecendo empreendimentos estratégicos como as usinas hidrelétricas de Coaracy Nunes, Ferreira Gomes e Cachoeira Caldeirão.

A região abrange 11 municípios: Serra do Navio, Pedra Branca do Amapari, Porto Grande, Ferreira Gomes, Tartarugalzinho, Pracuúba, Amapá, Calçoene, Cutias, Itaubal e Macapá. Além de sua importância econômica, a bacia sustenta populações ribeirinhas e atividades tradicionais, sendo essencial para a mobilidade, produção e segurança hídrica no estado. 

Por Alexandra Flexa

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