Legislativo

Sessão solene marca abertura da Semana da África no Amapá



 A Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) realizou, na manhã desta segunda-feira (19), sessão solene em homenagem à Semana da África, com o tema: “Territorialidade e Cultura Ancestral Afro-Amazônica”, como parte da programação da IV Semana Amapá África Amazônica, que ocorre de 19 a 25 de maio.

A sessão, proposta pelo 1º vice-presidente da Mesa Diretora, deputado Jaime Perez (PRD), e presidida pelo deputado R. Nelson Vieira (PL), aconteceu no plenário Deputado Dalto Martins e contou com a participação de autoridades e representantes da comunidade afro-amapaense e internacional. A iniciativa busca celebrar a ancestralidade e a contribuição da cultura afro-amapaense para o Estado. Foram executados os hinos da França e de Benim. O Hino Nacional, em ritmo de marabaixo, foi interpretado por Lorrane Mendes e Marcelo Coimbra.

Várias autoridades presentes ao evento receberam certificados da Academia de Batuque e Marabaixo: o prefeito da cidade de Saint Georges, George Elfort; Josefina Egalgi, vice-prefeita de Remire-Montjoly (município de 46 km² e cerca de 16 mil habitantes na Guiana Francesa, subúrbio residencial da capital Caiena); Marcelo Coimbra, presidente da Academia de Batuque e Marabaixo; padre Degnide Pascoal Célestin, do Benim, supremo evangelista africano; Isis Tatiane, representante da Fundação Marabaixo; e Nadine Felix-Auteur, conferencista, jornalista e consultora da República Democrática do Congo, entre outras autoridades.

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A Semana da África no Estado do Amapá ocorre anualmente de 19 a 25 de maio, conforme estabelecido pela Lei Estadual nº 2.711/22, de autoria da parlamentar Cristina Almeida. A data foi escolhida em homenagem ao Dia Internacional da África, celebrado em 25 de maio, conforme instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).

“Quero citar duas palavras: oportunidade e liberdade. Oportunidade, porque é na Semana da África que temos a chance de mostrar a nossa ancestralidade africana. Liberdade, porque o Brasil ainda não entendeu que nós estamos libertos. Podemos passar por todas as dificuldades do racismo e do preconceito, mas eles jamais vão tirar a África que existe dentro de nós. Acabar com a escravidão não basta! É preciso desconstruir essa obra da escravidão que permanece no Brasil. A importância da presença da África e da Guiana nesse projeto é para que possamos montar uma rede fortalecida contra o preconceito e o racismo”, frisou Cristina Almeida, presidente do Instituto Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Improir), em seu discurso.

Durante a semana, atividades que incluem oficinas educacionais, culturais, ambientais, socioeconômicas e intercâmbios serão realizadas pela Academia Amapaense de Batuque e Marabaixo (AABM), com o apoio de diversas instituições responsáveis pelo evento.

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Ao fazer uso da palavra, o presidente da Academia de Batuque e Marabaixo, Marcelo Coimbra, destacou a urgência de fortalecer políticas que garantam a titularização dos territórios quilombolas, assegurem educação de qualidade com currículo inclusivo, acesso à saúde com respeito às práticas tradicionais e representatividade nos espaços de decisão. “A cultura afro-amazônica é um patrimônio nacional. Ela pulsa nos batuques, nos saberes de cura, nas danças, nas celebrações religiosas, nas formas de organização comunitária. Ela nos ensina que há outras formas de viver e se relacionar com a floresta, de forma sustentável e solidária. É justamente esse conhecimento que precisamos valorizar”, frisou Marcelo Coimbra, solicitando ao deputado R. Nelson Vieira atenção especial para a construção de um projeto de lei que institua o Dia Estadual do Batuque.

“Para esta data, escolhemos o dia 21 de novembro — um dia tão significativo para o batuque do Estado e, principalmente, para a região do Igarapé do Lago”, destacou.

Finalizando o evento, o deputado R. Nelson Vieira ressaltou que a solenidade representa a reafirmação da presença do povo negro na sociedade amapaense e seu valor cultural como povo construtor da identidade do Estado. “O que iniciamos hoje não é apenas uma programação cultural — é um gesto político, simbólico e necessário de valorização da memória afro-amazônica. É a reafirmação de que o povo negro tem história, tem território e tem voz no Amapá”, afirmou o deputado.

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A apresentação do Grupo Bantu Afro-Brasileiros, sob a coordenação da presidente Manuella Israëlle, encerrou o evento.

Por Everlando Mathias

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