Amapá Digital | Segunda-Feira, 23 de junho de 2025.
Com a presença de cidadãos, lideranças de movimentos sociais, representantes de entidades e segmentos, membros, servidores e colaboradores do Ministério Público do Amapá (MP-AP), o procurador-geral de justiça Paulo Celso Ramos apresentou a campanha “É Sobre ser Diferente. É Sobre ser Você”. O lançamento aconteceu nesta terça-feira (10), no Dia Internacional dos Direitos Humanos, na Procuradoria-Geral de Justiça. Reconhecimentos, homenagens e uma roda de conversa fizeram parte da programação.
A campanha é iniciativa da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) executada pela Assessoria de Comunicação do MP-AP, e propõe um amplo debate, reflexões e conscientização sobre inclusão, diversidade, direitos, justiça e cidadania, com foco no público interno do MP-AP e sociedade em geral, a partir de segmentos e movimentos sociais. Membros, servidores, estagiários e parceiros, abraçaram a proposta de dialogar sobre suas características físicas e pessoais, para contribuir com o debate sobre direitos fundamentais e dignidade humana, a fim de combater o preconceito, discriminação, bullying e discursos de ódio, elevar a autoestima e orgulho, e incentivar instrumentos que coloquem em prática a palavra cidadania.
O PGJ Paulo Celso apresentou as metas e estratégias da campanha e afirmou estar feliz em fazer o lançamento com uma plateia diversa e bem representada. “Esta campanha foi elaborada com muito carinho para envolver todos neste importante movimento de construção de caminhos para a defesa e inclusão de todas as pessoas. Ela tem uma clara identificação com o MP-AP porque está alicerçada em pautas que tratamos todos os dias, como justiça, cidadania e respeito. Termos que incentivar o respeito às diferenças e cobrar atitudes dos executores de políticas públicas”.
A campanha “É Sobre ser Diferente. É Sobre ser Você” é fundamentada em quatro eixos. O primeiro é o publicitária, em que servidores, estagiários, colaboradores do MP-AP, e parceiros da instituição mostraram suas características em um ensaio fotográfico que destacou as diferenças de cada um. As imagens são veiculadas nas redes sociais e no descanso de tela dos computadores do MP-AP. O ensaio gerou ainda depoimentos de alguns servidores, falando sobre suas realidades e condições físicas, estilos e preferência, e como superaram as dificuldades.
O segundo eixo é a roda de conversa, que foi realizada para despertar e instruir os demais eixos. A criação de um hotsite de serviços e informações sobre leis de proteção, onde buscar ajuda, os limites entre brincadeira e ofensa e também um espaço para interpretação de novos conceitos e palavras que identificam movimentos e grupos. O último eixo é a oficina “Viver Cidadania”, quando serão produzidos programas para rádio e web, e vídeos, pelos segmentos participantes, com roteiros que falam sobre experiências, sentimentos, vitórias e também decepções.
Paulo Celso agradeceu a adesão de todos os voluntários que participaram da primeira etapa da campanha, por abraçarem a causa e mostrarem publicamente suas personalidades, opções e diferenças. “O MP-AP é feito de muitas pessoas, todos temos particularidades e vivências próprias, e essa campanha explora nosso diferencial e destaca pessoas que fazem parte da instituição como personagens principais de suas próprias histórias de vida. Mais uma vez, obrigado a todos”. Os poetas Pedro Stkls e Thiago Soeiro, do grupo lítero-musical Poetas Azuis, fizeram uma participação especial declamando uma poesia. O grupo de louvor Ministério Profético RHMA, igreja da qual 97% de integrantes são surdos, apresentou duas músicas com tradução em libras. Houve também homenagem ao coral e aos tradutores de libras que fizeram a tradução no 5º Luau na Samaúma e sempre são parceiros do MP, e ainda a fala sobre diversidade e respeito do servidor Pracídio Vasconcelos.
A Roda de Conversa foi mediada pela acadêmica de jornalismo e militante do movimento negro, Raquel Oliveira, e pela atriz, poeta e pesquisadora Jéssica Thais dos Santos. Participaram da mesa a promotora de justiça Fábia Nilci; o vice-presidente da Comissão da Verdade sobre a Escravidão no Amapá (OAB-AP), Antônio de Souza; a representante de pessoas com deficiência, Nelcirema Pureza; Paulo Roberto Matias, padre e presidente do Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (IMPROIR); e André Lopes, presidente da Comissão de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBTQIA+ do Governo do Amapá.
Presentes também no lançamento da campanha, o procurador de justiça Nicolau Crispino; os promotores de justiça Christie Girão, chefe de gabinete; Alexandre Monteiro, secretário-geral; Wueber Penafort, Flávio Cavalcante e Gláucia Porpino.
Os movimentos sociais e segmentos foram representados por Jomar da Conceição Júnior, Ilê D'Ase Ig’balê Fundeguilê e Congá de São Jorge; Ivaldo Sousa, do movimento literário Afrologia Tucuju; Suzanne Dblue Amoras, conselheira do Conselho Estadual da População LGBT; Ivo Oliveira, da Associação de Idosos; Kátia Leão, do movimento que cuida de pessoa com Transtorno de Espectro Autista (TEA); Negra Áurea, militante do movimento de poesia e literatura; Alzira Nogueira, da Central Única das Favelas (CUFA); entre outros.
A partir desta quarta-feira (11) a ASSCOM do MP-AP começa a socializar os vídeos gravados com servidores que participaram da campanha, a começar pelo depoimento de Adalberto da Costa, técnico ministerial que conta sobre a bala perdida que o colocou na condição de cadeirante. Ele fala sobre as barreiras e os desafios que enfrentou até se tornar servidor efetivo do MP-AP, e como superou as dificuldades. O vídeo estará disponível nos canais oficial do MP-AP.
Por Mariléia Maciel
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