Amapá Digital | Quinta-Feira, 26 de junho de 2025.
Em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a Assembleia Legislativa do Amapá realizou uma sessão solene nesta sexta-feira (9) para reconhecer a luta e as conquistas das mulheres negras. O evento, que aconteceu no plenário Deputado Dalto Martins, foi marcado por discursos emocionantes, apresentações culturais e homenagens a lideranças negras que inspiram o Amapá.
A mesa de honra foi presidida pelo deputado estadual Jesus Pontes (PDT), autor da homenagem, e composta por diversas mulheres negras que ocupam cargos de liderança em diferentes setores da sociedade amapaense. Entre elas estavam a chefe de gabinete do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Marilene Nascimento; a estilista e CEO da marca Zwanga, Rejane Soares; o defensor público-geral, José Rodrigues; o vereador do município de Macapá, Eduardo Tavares (PDT); a educadora social e ativista, Joaquina Lino; a secretária de Estado da Educação, Sandra Casimiro; representando a Secretaria de Estado do Planejamento, Antônia Nascimento da Silva; a professora da Universidade do Estado do Amapá, Sílvia Simone; representando a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia do Amapá, Marcelli Coimbra dos Santos; a presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos; e a filha da saudosa Tia Zefa, Raimunda Lina. Também estiveram presentes representantes de movimentos sociais e outras instituições.
Em seu discurso, o deputado Jesus Pontes anunciou a criação da Comenda Tia Zefa, uma homenagem às mulheres negras que lutam por igualdade e justiça social. “A política real é feita no dia a dia, ouvindo as demandas da população”, afirmou Pontes, ressaltando a importância de iniciativas que empoderem as mulheres negras, como a criação da marca Zwanga.
Uma das falas mais marcantes foi a da estilista Rejane Soares, criadora da marca Zwanga African Fashion. Com emoção, Rejane compartilhou sua trajetória de luta e empoderamento, destacando a necessidade de políticas públicas que garantam mais oportunidades e visibilidade para as mulheres negras, especialmente aquelas que vivem nas periferias. “A gente vem criando uma nova narrativa e mostrando que nós podemos, a partir do lugar onde estamos, seja na periferia, na ponte ou na baixada”, destacou.
A chefe de gabinete do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Marilene Nascimento, ressaltou a importância de valorizar os saberes tradicionais e a cultura negra. “A escolha do dia 25 de julho para esta sessão demonstra a sensibilidade e compromisso com a nossa luta. É um lembrete de que ainda temos muito a conquistar para alcançar a igualdade de gênero e racial”, afirmou.
O vereador Eduardo Tavares, conhecido por seu ativismo em favor da comunidade negra, fez um discurso emocionante, relembrando a trajetória de figuras como a Tia Zefa e a importância da ancestralidade para a formação da identidade amapaense. “Hoje, vemos os frutos desse legado: professoras, babalorixás, padres, advogadas, médicos… Mulheres e homens negros que mostram ao mundo a força e a sabedoria de nosso povo. Agradeço a oportunidade de homenagear essas ancestrais que, com sua luta e resistência, construíram um caminho para que seus descendentes pudessem alcançar seus sonhos”, disse o vereador.
O defensor público-geral, José Rodrigues, ressaltou a importância da Defensoria Pública na defesa dos direitos das mulheres negras e na construção de uma sociedade mais justa. Citando Paulo Freire, afirmou: "Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo". Para ele, a transformação social começa com o respeito à diversidade e o combate a todos os tipos de preconceito.
A voz marcante de Verônica dos Tambores contagiou o público presente com cânticos da cultura do Marabaixo, acompanhada por percussão. Durante a sessão, foram homenageadas diversas mulheres negras que se destacam por suas trajetórias e contribuições para a sociedade amapaense. Entre elas, estão Rejane Soares, Marcelli Coimbra dos Santos, Simone de Almeida Delphim Leal e outras.
Dia Internacional da Mulher Negra
Comemorado anualmente em 25 de julho, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha visa dar visibilidade à luta das mulheres negras contra o racismo e o sexismo. A data foi instituída em 1992 durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas na República Dominicana.
Assista ao evento, na íntegra, na transmissão feita pela TV Alap: https://www.youtube.com/embed/hiAmSImzgfw
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