Amapá Digital | Quinta-Feira, 26 de junho de 2025.
BRASIL está atrasado na exploração da Margem Equatorial, diz Jean Paul Prates, ex presidente da PETROBRAS, que a produção demorará de 6 a 8 anos após a descoberta de petróleo e que a decisão é do Estado.
O ex presidente da Petrobras, PRATES, afirmou que o Brasil está atrasado no debate sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial. Segundo o CEO da Estatal, outros países da região, como Guiana e Suriname, começaram as pesquisas na área por volta de 2015.
“Já estamos atrasados. Foram mais de 60 poços perfurados na Guiana para achar o petróleo que eles têm hoje. Não é um trabalho de que perfurou, achou e amanhã está produzindo. Fura para achar o petróleo e depois faz o licenciamento das instalações de produção, que essas, sim, vão extrair petróleo. São uns 6 a 8 anos para começar a produzir”, afirmou durante o “Seminário Brasil Hoje 2024”, realizado pelo grupo ESFERA BRASIL, em São Paulo.
PRATES afirmou que a definição sobre o tema “é uma questão do Estado brasileiro” e que já ultrapassou os limites de um processo de licenciamento ambiental comum.
“A licença é para perfuração exploratória. Quando perfurar e ver que tem óleo, para e não tira uma gota de petróleo comercialmente. Apenas produz testemunhos e amostras para analisar durante 2 anos o que vai fazer com aquela descoberta, se é comercial. Depois da descoberta ser declarada comercial, ainda vai construir a plataforma, o que leva mais 3 anos”, disse.
O ex presidente da Petrobras afirmou que as reservas de petróleo atuais vão se exaurir num período de 13 a 16 anos. Diante disso, e considerando que o petróleo continuará sendo necessário pelos próximos 40 anos, o governo brasileiro terá duas opções, segundo PRATES: voltar a importar mais do que produz ou passar a explorar as novas fronteiras.
“Ou o Brasil vai para a Margem Equatorial e a bacia de Pelotas, que são as fronteiras que sobraram no offshore e são promissoras. Ou se submete a situação de voltar gradualmente a importar petróleo, seja da Guiana, Suriname, dos países do oeste da África”, afirmou.
PRATES disse que a Petrobras tem as condições para fazer tanto uma exploração como produção segura e responsável. Citou como exemplo o polo petrolífero de Urucu (AM), no centro da Amazônia, onde a Estatal opera há 35 anos sem nenhum incidente ambiental.
Também falou dos frutos econômicos e sociais da exploração, como criação de empregos e pagamento de royalties no Brasil. Estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) indica que a produção na margem pode criar 326 mil empregos formais em Estados do Norte e Nordeste.
Estudos internos da Petrobras indicam que o bloco FZA-M-59, localizado na Bacia da Foz do Amazonas, mais precisamente no literal do AMAPÁ, tem potencial de ter 5,6 bilhões de barris de óleo. Trata-se de um possível incremento de 37% nas reservas de petróleo brasileiras, atualmente em 14,8 bilhões de barris.
VOLTAR A PÁGINA PRINCIPAL