Amapá Digital | Sábado, 27 de dezembro de 2025.
Peças produzidas por alunos da Escola Estadual Prof. Antônio Castro Monteiro chamam a atenção pela riqueza de detalhes; exposição segue aberta ao público até 20 de janeiro.
Estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental II da Escola Estadual Prof. Antônio Castro Monteiro surpreenderam professores, familiares e a comunidade escolar com peças artesanais produzidas manualmente durante a “Oficina de Artesanato Religioso”. A cerimônia de encerramento do ano letivo e abertura da exposição, que segue até o dia 20 de janeiro, foi realizada pelo Governo do Amapá na sexta-feira, 26, na Casa do Artesão, em Macapá.A mostra apresenta vasos artesanais confeccionados em cerâmica, resultado das atividades práticas desenvolvidas no projeto. As peças chamaram a atenção pela riqueza de detalhes, com grafismos africanos, símbolos religiosos, trabalhos em alto-relevo, pinturas, aplicação de cordas e identificação dos próprios autores, evidenciando criatividade, técnica e identidade cultural adquiridas na oficina, aliadas aos conteúdos trabalhados em sala de aula.“O projeto surgiu dentro da escola, a partir das vivências dos nossos alunos. A professora da disciplina de História, Micaele Moreno, conseguiu articular os conteúdos trabalhados em sala, especialmente sobre religiões de matriz africana, e transformá-los em produções artísticas construídas pelos próprios estudantes”, explicou Kátia Gahmã, diretora da unidade.Kátia Gahmã, diretora da Escola Estadual Prof. Antônio Castro Monteiro, em MacapáFoto: Kelson Balieiro/SeedA iniciativa foi desenvolvida por meio de parceria entre o Governo do Amapá, o Centro Cultural Maracá e o projeto Arte Mery, executado no ambiente escolar com o objetivo de integrar educação, cultura e inclusão social.“Durante os quase dois meses de oficina, acompanhamos de perto a produção dos alunos e fomos surpreendidos a cada etapa. As peças ultrapassaram nossas expectativas e mobilizaram toda a comunidade escolar, especialmente as famílias, que vieram prestigiar o trabalho dos estudantes”, completou a gestora, destacando o sentimento de dever cumprido.Artesanato como arte, inclusão e identidadeA condução artística da oficina ficou sob responsabilidade do projeto Arte Mery, que tem como slogan “Argila que acalma. Texturas que conectam”, representado pelos artesãos Marcides de Oliveira e a esposa, Josy Gonçalves, que destacou o caráter inclusivo e formativo da ação.“Esses estudantes não produziram apenas vasos; produziram arte. Em um curto período, aprenderam um ofício valorizado cultural e economicamente, o que impacta diretamente suas perspectivas de futuro. O Arte Mery nasceu com a proposta de incluir. Aqui, a arte é uma ferramenta de pertencimento, onde pessoas com deficiência, jovens em situação de vulnerabilidade e diferentes identidades culturais encontram espaço para se expressar”, pontuou a artesã.Josy Gonçalves, artesã e esposa de Marcides de Oliveira, idealizador do projeto ’Oficina de Artesanato Religioso’Foto: Kelson Balieiro/SeedO professor de cerâmica Marcílio de Oliveira, um dos responsáveis pela orientação técnica dos estudantes, explicou que o processo foi adaptado à realidade escolar, sem o uso de torno elétrico. Todo o material utilizado foi confeccionado com itens recicláveis, como canetas, madeira e ferramentas improvisadas, desenvolvidas pelos próprios participantes da oficina.“Desenvolvemos uma técnica própria utilizando blocos de cerâmica, permitindo que os alunos criassem livremente. A proposta foi unir técnica, criatividade e referências da cultura amapaense, como o maracá e os grafismos ancestrais. Foi uma experiência enriquecedora e uma grata surpresa descobrir tanto potencial artístico em alunos tão jovens”, destacou o instrutor de artes.Marcílio de Oliveira, educador e instrutor de cerâmica no projeto, acompanhou de perto o processo criativo dos alunosFoto: Kelson Balieiro/SeedEmpolgado e satisfeito com a obra criada, o estudante Luiz Gustavo, de 12 anos, relatou o processo de aprendizagem até a produção do primeiro vaso, inspirado pelas aulas de História e pelas técnicas de artesanato adquiridas ao longo da oficina.“No início, achamos que não iríamos conseguir, mas, com as orientações, aprendemos as técnicas e conseguimos produzir os vasos. Usamos símbolos africanos que estudamos nas aulas de História, além de pintura e corda”, contou o estudante, que iniciou um novo aprendizado nas artes plásticas.Com apenas 12 anos de idade, o aluno do 6º ano Luiz Gustavo apresenta com orgulho a peça que confeccionouFoto: Kelson Balieiro/SeedExposição e legado culturalA exposição dos trabalhos está aberta ao público até o dia 20 de janeiro, no térreo da Casa do Artesão, no Centro de Macapá. O projeto Oficina de Artesanato Religioso foi contemplado pelo Edital n.º 0003/2024, da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB Amapá).Parte das obras será destinada a exposições institucionais, inclusive em espaços culturais fora do estado, em razão da vinculação do projeto a políticas públicas de incentivo à cultura. Outras peças permanecerão na Casa do Artesão, enquanto uma parte integrará o acervo da escola e dos próprios alunos.Casa do Artesão de MacapáLocalizada no Centro de Macapá, a Casa do Artesão é um ponto de referência para visitantes que buscam o artesanato regional do Amapá. O espaço reúne cerca de 28 mil peças em exposição, produzidas por artesãos locais com materiais como cerâmica, argila, manganês, sementes e fibras naturais.Além do artesanato, o local oferece cosméticos, bebidas, pimentas, cachaças e especiarias da biodiversidade amazônica, todos certificados com o Selo Amapá.Considerada um dos principais pontos turísticos da cidade, a Casa do Artesão é mantida pelo Governo do Amapá, por meio de ações integradas das Secretarias de Cultura, Educação, Trabalho e Empreendedorismo, e Turismo. O espaço funciona de segunda a sábado, das 8h às 19h, e aos domingos, das 11h às 17h.Localizada no Centro de Macapá, a Casa do Artesão é reconhecida como referência na exposição e comercialização do artesanato localFoto: Arquivo/GEAEducação que TransformaA Secretaria de Estado da Educação incorporou o projeto ao programa de governo “Educação que Transforma”, um conjunto de investimentos voltados à ampliação, modernização e criação de oportunidades concretas para os estudantes da rede pública.A iniciativa contempla melhorias na infraestrutura escolar, aquisição de tecnologia, equipamentos e mobiliário, além da construção de novos ambientes educacionais, como bibliotecas, laboratórios e salas temáticas, bem como a valorização dos profissionais da educação.O programa está em execução desde 2023. Um exemplo é a transformação de 34 unidades escolares, reconstruídas pela atual gestão e adaptadas a um novo modelo pedagógico, mais inovador e alinhado ao processo contemporâneo de ensino-aprendizagem. Em 2026, o programa seguirá avançando com novas ações na educação pública do Amapá.As obras foram confeccionadas com o uso de materiais reciclados, adaptados à realidade escolar
Estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental II da Escola Estadual Prof. Antônio Castro Monteiro surpreenderam professores, familiares e a comunidade escolar com peças artesanais produzidas manualmente durante a “Oficina de Artesanato Religioso”. A cerimônia de encerramento do ano letivo e abertura da exposição, que segue até o dia 20 de janeiro, foi realizada pelo Governo do Amapá na sexta-feira, 26, na Casa do Artesão, em Macapá.
A mostra apresenta vasos artesanais confeccionados em cerâmica, resultado das atividades práticas desenvolvidas no projeto. As peças chamaram a atenção pela riqueza de detalhes, com grafismos africanos, símbolos religiosos, trabalhos em alto-relevo, pinturas, aplicação de cordas e identificação dos próprios autores, evidenciando criatividade, técnica e identidade cultural adquiridas na oficina, aliadas aos conteúdos trabalhados em sala de aula.
“O projeto surgiu dentro da escola, a partir das vivências dos nossos alunos. A professora da disciplina de História, Micaele Moreno, conseguiu articular os conteúdos trabalhados em sala, especialmente sobre religiões de matriz africana, e transformá-los em produções artísticas construídas pelos próprios estudantes”, explicou Kátia Gahmã, diretora da unidade.
A iniciativa foi desenvolvida por meio de parceria entre o Governo do Amapá, o Centro Cultural Maracá e o projeto Arte Mery, executado no ambiente escolar com o objetivo de integrar educação, cultura e inclusão social.
“Durante os quase dois meses de oficina, acompanhamos de perto a produção dos alunos e fomos surpreendidos a cada etapa. As peças ultrapassaram nossas expectativas e mobilizaram toda a comunidade escolar, especialmente as famílias, que vieram prestigiar o trabalho dos estudantes”, completou a gestora, destacando o sentimento de dever cumprido.
Artesanato como arte, inclusão e identidadeA condução artística da oficina ficou sob responsabilidade do projeto Arte Mery, que tem como slogan “Argila que acalma. Texturas que conectam”, representado pelos artesãos Marcides de Oliveira e a esposa, Josy Gonçalves, que destacou o caráter inclusivo e formativo da ação.
“Esses estudantes não produziram apenas vasos; produziram arte. Em um curto período, aprenderam um ofício valorizado cultural e economicamente, o que impacta diretamente suas perspectivas de futuro. O Arte Mery nasceu com a proposta de incluir. Aqui, a arte é uma ferramenta de pertencimento, onde pessoas com deficiência, jovens em situação de vulnerabilidade e diferentes identidades culturais encontram espaço para se expressar”, pontuou a artesã.
O professor de cerâmica Marcílio de Oliveira, um dos responsáveis pela orientação técnica dos estudantes, explicou que o processo foi adaptado à realidade escolar, sem o uso de torno elétrico. Todo o material utilizado foi confeccionado com itens recicláveis, como canetas, madeira e ferramentas improvisadas, desenvolvidas pelos próprios participantes da oficina.
“Desenvolvemos uma técnica própria utilizando blocos de cerâmica, permitindo que os alunos criassem livremente. A proposta foi unir técnica, criatividade e referências da cultura amapaense, como o maracá e os grafismos ancestrais. Foi uma experiência enriquecedora e uma grata surpresa descobrir tanto potencial artístico em alunos tão jovens”, destacou o instrutor de artes.
Empolgado e satisfeito com a obra criada, o estudante Luiz Gustavo, de 12 anos, relatou o processo de aprendizagem até a produção do primeiro vaso, inspirado pelas aulas de História e pelas técnicas de artesanato adquiridas ao longo da oficina.
“No início, achamos que não iríamos conseguir, mas, com as orientações, aprendemos as técnicas e conseguimos produzir os vasos. Usamos símbolos africanos que estudamos nas aulas de História, além de pintura e corda”, contou o estudante, que iniciou um novo aprendizado nas artes plásticas.
Exposição e legado culturalA exposição dos trabalhos está aberta ao público até o dia 20 de janeiro, no térreo da Casa do Artesão, no Centro de Macapá. O projeto Oficina de Artesanato Religioso foi contemplado pelo Edital n.º 0003/2024, da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB Amapá).
Parte das obras será destinada a exposições institucionais, inclusive em espaços culturais fora do estado, em razão da vinculação do projeto a políticas públicas de incentivo à cultura. Outras peças permanecerão na Casa do Artesão, enquanto uma parte integrará o acervo da escola e dos próprios alunos.
Casa do Artesão de MacapáLocalizada no Centro de Macapá, a Casa do Artesão é um ponto de referência para visitantes que buscam o artesanato regional do Amapá. O espaço reúne cerca de 28 mil peças em exposição, produzidas por artesãos locais com materiais como cerâmica, argila, manganês, sementes e fibras naturais.
Além do artesanato, o local oferece cosméticos, bebidas, pimentas, cachaças e especiarias da biodiversidade amazônica, todos certificados com o Selo Amapá.
Considerada um dos principais pontos turísticos da cidade, a Casa do Artesão é mantida pelo Governo do Amapá, por meio de ações integradas das Secretarias de Cultura, Educação, Trabalho e Empreendedorismo, e Turismo. O espaço funciona de segunda a sábado, das 8h às 19h, e aos domingos, das 11h às 17h.
Educação que TransformaA Secretaria de Estado da Educação incorporou o projeto ao programa de governo “Educação que Transforma”, um conjunto de investimentos voltados à ampliação, modernização e criação de oportunidades concretas para os estudantes da rede pública.
A iniciativa contempla melhorias na infraestrutura escolar, aquisição de tecnologia, equipamentos e mobiliário, além da construção de novos ambientes educacionais, como bibliotecas, laboratórios e salas temáticas, bem como a valorização dos profissionais da educação.
O programa está em execução desde 2023. Um exemplo é a transformação de 34 unidades escolares, reconstruídas pela atual gestão e adaptadas a um novo modelo pedagógico, mais inovador e alinhado ao processo contemporâneo de ensino-aprendizagem. Em 2026, o programa seguirá avançando com novas ações na educação pública do Amapá.
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