Amapá Digital | Domingo, 21 de dezembro de 2025.
Menor pressão sobre os preços contribui para as compras, enquanto joias encareceram 27% em 12 meses, por causa de incertezas geopolíticas que pressionaram o ouro.
De um lado, quem quiser presentear joias neste Natal terá que desembolsar um valor muito mais alto do que em 2024. De outro, porém, um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) mostra que, no geral, os produtos tradicionalmente procurados para a data vão estar abaixo da inflação geral do País.
As joias acumularam alta de 27% nos últimos 12 meses, muito por causa da alta no preço do ouro, matéria-prima que, por sua vez, se liga às incertezas do contexto geopolítico. Mas essa é uma exceção.
O estudo da FecomercioSP, a partir de 45 produtos tradicionalmente procurados para a data, aponta que os preços médios dessa cesta de Natal subiram 3,26% no período — uma taxa abaixo da inflação geral, que, até agora, está em 4,5%, segundo o IPCA-15, do IBGE [tabela 1]. Trata-se de um cenário semelhante ao do ano passado, quando a variação média da cesta foi de 2,6% e inflação estava acima do teto da meta (4,83%).
O otimismo também vem da expectativa de que a maior injeção de recursos do décimo terceiro salário na economia, aliada à diminuição da pressão sobre os preços nos últimos meses do ano, favoreça o desempenho das vendas no período. Isso é relevante, porque o Natal costuma ser o melhor período para o varejo, e dezembro, tradicionalmente, se destaca como o mês de maior faturamento — ainda que um estudo da Federação mostre que novembro, por causa da Black Friday, esteja perto de ocupar esse lugar em breve.
[Tabela 1]
Cesta de Natal – Inflação
(% acumulada em 12 meses)
Vestuário fica mais caro e eletrônicos sofrem recuo
Não só as joias, mas até mesmo um substituto natural — as bijuterias — também ficou mais caro neste ano, com uma alta acumulada de quase 8%. Além disso, subiram os preços de produtos de cabelo (7,8%), livros não didáticos (6,6%), camisas masculinas (6,27%), sapato feminino (5,84%) e conjunto infantil (5,43%).
Apesar da alta em vestuário e calçados — grupo mais procurado pelos consumidores nesta época —, alguns itens baixaram de preço, como o short infantil, que teve redução de 3,07%. Já itens como lingerie, cueca e bolsas apresentaram variações próximas de 1,2%.
Entre os eletrônicos, houve quedas importantes, como televisores (-7,95%), aparelhos telefônicos (-6,26%) e computador pessoal (-0,92%). De acordo com a FecomercioSP, o câmbio mais favorável em comparação com o ano passado — de cerca de R$ 6 para R$ 5,30 — contribuiu para baratear as importações, tanto de produtos finais quanto de insumos utilizados pela Indústria brasileira.
Outros produtos bastante procurados apresentaram variações inferiores à média geral, como artigos de maquiagem (4,33%), brinquedos (3,5%) e perfumes (2,01%). Em termos relativos, a FecomercioSP explica que esses produtos ficaram mais baratos em relação à média de preços, mas os salários dos consumidores precisam acompanhar a inflação geral.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que afetam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.
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