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Ex-BBB, Laís Caldas, afirma ter engravidado após uso de caneta emagrecedora: médico esclarece as principais fake news


O médico Gabriel Almeida, especialista em emagrecimento, explica que a tirzepatida pode reduzir a absorção do anticoncepcional oral


A ex-participante do Big Brother Brasil Laís Caldas afirmou que engravidou enquanto fazia uso de uma caneta emagrecedora à base de tirzepatida, mesmo utilizando anticoncepcional oral. O relato, divulgado por ela nas redes sociais, ganhou repercussão e levantou questionamentos sobre possíveis efeitos desses medicamentos, especialmente no uso combinado com métodos contraceptivos hormonais.

 

Segundo o médico Gabriel Almeida, CRM 180956, especialista em cirurgia geral com atuação na área de emagrecimento, medicamentos à base de tirzepatida podem, em alguns casos, reduzir a absorção do anticoncepcional oral, sobretudo no início do tratamento ou durante ajustes de dose. Por esse motivo, ele reforça a importância do acompanhamento médico e da avaliação sobre o uso de métodos contraceptivos alternativos.

 

Além desse caso, outras informações distorcidas sobre as canetas emagrecedoras circulam amplamente nas redes sociais, muitas delas sem qualquer base científica. De acordo com Gabriel Almeida, esse cenário favorece a disseminação de mitos que não refletem a real atuação desses medicamentos, mas acabam ganhando grande alcance no ambiente digital.

 

Entre os boatos mais compartilhados está a afirmação de que “a caneta encolhe o pênis”, mito impulsionado por vídeos que exploram o medo masculino. O médico é categórico ao afirmar que não existe qualquer alteração anatômica causada pelos medicamentos. O que ocorre, segundo ele, é a redução da gordura na região pubiana, o que pode dar a impressão visual de aumento do órgão. “Nenhuma caneta muda o tamanho do pênis. A impressão de diferença vem da perda de gordura ao redor, não do remédio”, explica.

 

Também circularam fake news envolvendo a vida sexual feminina, como a alegação de que as canetas “acabam com o orgasmo” ou “zeram a libido”. Gabriel Almeida esclarece que essas afirmações não têm respaldo científico e costumam misturar situações isoladas com interpretações exageradas. Ele afirma que algumas mulheres podem apresentar secura vaginal ou variações hormonais temporárias durante processos de emagrecimento acelerado, mas isso não elimina a capacidade de prazer. “Não existe evidência de que as canetas eliminem o orgasmo ou o desejo sexual. Esses efeitos são individuais e, quando surgem, são manejáveis”, afirma.

 

Outro mito recorrente é o de que o uso das canetas leva, de forma inevitável, ao reganho total de peso após a interrupção do tratamento. Para o médico, essa narrativa ignora o fato de que a obesidade é uma condição crônica. “A caneta não faz ninguém recuperar peso sozinha. O reganho ocorre quando o paciente interrompe o acompanhamento e abandona os hábitos que sustentam o peso perdido”, destaca.

 

A chamada “Ozempic face” também esteve entre os temas mais mal interpretados, levando muitos a acreditar que o medicamento provoca flacidez facial por si só. Segundo Gabriel Almeida, a alteração na aparência do rosto está relacionada à perda rápida de gordura facial, algo observado em qualquer processo de emagrecimento acelerado. “O rosto não cai por causa do remédio. O que muda é o volume facial, e isso pode ser prevenido ou tratado se o paciente desejar”, afirma.

 

Para o especialista, a forma como essas informações circulam revela como temas médicos complexos acabam sendo simplificados e distorcidos nas redes sociais. “As canetas não são milagrosas nem vilãs. Funcionam bem quando usadas com indicação adequada, acompanhamento médico e informação clara. O problema é transformar recortes isolados em verdades absolutas”, conclui.

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