Amapá Digital | Sábado, 13 de setembro de 2025.
Livro Liberdade em Versos reúne poesias escritas por alunos da Escola Estadual São José, no Instituto Penitenciário do Amapá (Iapen).
O Governo do Amapá apresentou, na última segunda-feira, 9, em Brasília, uma experiência inovadora no Seminário Nacional de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que marca um ano do Pacto pela Superação do Analfabetismo. O destaque foi o lançamento do livro Liberdade em Versos: valorizando escritores no cárcere, produzido por estudantes da Escola Estadual São José, localizada dentro do Instituto Penitenciário do Estado.
A obra é resultado da oficina “Palavras que Libertam”, conduzida pela professora Aline Raiol, que trabalhou a poesia como instrumento de reflexão, resistência e esperança para os alunos em privação de liberdade. Durante meses, eles participaram de círculos de cultura e aulas de língua portuguesa, desenvolvendo produções autorais que agora estão reunidas no livro.
“O objetivo principal era proporcionar um espaço de expressão e escuta, por meio da poesia, no sentido de ressignificar experiências e vivências no contexto prisional. A partir das oficinas, os estudantes iniciaram produções autorais que resultaram no livro Liberdade em Versos”, explicou Ingrid Alves, Gerente do Núcleo de Educação de Jovens e Adultos (Neja).
Ingrid Alves, Gerente do Núcleo de Educação de Jovens e Adultos
Foto: Arquivo Pessoal
Programação do seminário
O evento, organizado pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi/MEC), iniciou no dia 9 de setembro e segue até o dia 11, no Centro de Formação e Desenvolvimento dos Trabalhadores do Ministério da Educação (CETREMEC), em Brasília (DF). A programação inclui painéis sobre governança, participação social e busca ativa, além de debates sobre diversidade na oferta da EJA e formação de professores.
No segundo dia, 10, foram apresentados os Cadernos do Ensino Médio EJA, desenvolvidos em parceria com a UNESCO, e a série audiovisual “E aí, professora”, da Fundação Roberto Marinho. Também foi divulgada a pesquisa “Retorno Econômico da Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos no Brasil”, reforçando o impacto social e econômico da modalidade.
O encerramento, no dia 11, conta com oficina de monitoramento da governança do pacto, reuniões ordinárias dos fóruns nacionais e avaliação coletiva das ações.
Momento de acolhida mística marcou a abertura do Seminário Nacional da EJA, reunindo representantes de todos os estados em uma roda simbólica de união e esperança
Experiência amapaense
Além de valorizar a produção literária dos internos, o projeto da Escola São José reforça a dimensão humanizadora da educação, mostrando que o acesso ao conhecimento é capaz de transformar trajetórias e gerar novas perspectivas de vida.
“Esse trabalho nasce da formação em serviço que as escolas da EJA estão recebendo. Nossa proposta é fortalecer pedagogicamente as unidades e garantir que experiências como a da Escola São José possam inspirar outras práticas”, acrescentou Ingrid.
O seminário reuniu representantes de todos os estados, universidades, movimentos sociais e gestores públicos, fortalecendo compromissos nacionais para ampliar o direito à educação de jovens, adultos e idosos e reafirmar o pacto contra o analfabetismo.
Além do lançamento do livro, o projeto também ganhou destaque no 12º Círculo de Cultura Virtual da EJA, realizado em parceria pelo MEC e o Instituto Federal Farroupilha (IFFAR), na noite desta terça-feira, 10. A professora Aline Raiol, responsável pela oficina Palavras que Libertam, compartilhou a experiência da Escola São José no encontro, que integra a formação em serviço dos professores da modalidade em todo o país.
Por Breno Pantoja
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