Açaí

ABDI e FIEPA discutem parceria para fortalecer cadeia produtiva do açaí na Amazônia


Reunião no Observatório da Indústria do Pará debateu desafios e oportunidades para expandir o mercado do fruto amazônico.


A diretora de Economia Sustentável e Industrialização da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Perpétua Almeida, visitou nesta quarta-feira, 27, o Observatório da Indústria, na Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), para uma agenda estratégica sobre o fortalecimento da cadeia produtiva do açaí na Amazônia.

O encontro debateu os desafios da cadeia do açaí, commodity que transformou a economia da região e conquistou o mercado global, mas que agora enfrenta novos desafios de escala e inovação, além dos desafios de mercado. Durante a reunião, foi traçado um panorama da evolução do setor. Historicamente artesanal, com a produção restrita ao consumo local por meio dos "batedores de açaí", o segmento passou por uma revolução com o desenvolvimento da máquina elétrica de bater o fruto. Uma pesquisa de 2002 já apontava que mais de 80% da produção de frutas industrializadas no Pará era de açaí.

Os números comprovam o crescimento exponencial: o valor da produção de polpa saltou de R$ 364 milhões, em 2000, para R$ 1,9 bilhão em 2011. Paralelamente, o mercado internacional ampliou sua participação de forma expressiva, evoluindo de 4% do total industrializado em 2002 para 33% em 2010, com os Estados Unidos respondendo pela grande maioria das importações - hoje, esse percentual é diretamente afetado pelas tarifas do governo americano.

Durante a reunião, o presidente da FIEPA, Alex Carvalho, ressaltou a importância da agenda como um marco no processo de aproximação entre a Federação e a ABDI. Para ele, o debate ocorre em um momento decisivo, diante do impacto e do potencial de transformação que o açaí representa para a bioeconomia amazônica. Carvalho comparou a proposta de criação da Rota do Açaí a modelos de sucesso internacionais, como a Rota da Seda, destacando o valor estratégico do fruto amazônico. “Por que não valorizar um produto que reúne propriedades únicas de nutrição, saúde e bem-estar, e que pode ser um dos grandes vetores de desenvolvimento sustentável da nossa região?”, afirmou.

O presidente destacou ainda sua satisfação em poder unir esforços com a ABDI e com o Instituto Amazônia+21, que congrega as nove federações da Amazônia Legal. “Saímos deste encontro não apenas com entusiasmo, mas com um dever de casa: avançar na construção de uma rota capaz de agregar valor em cada estado, consolidando o açaí como referência da nossa bioindústria e abrindo caminho para outras cadeias da bioeconomia amazônica”, disse.

A diretora da Agência destacou a importância da aproximação com a FIEPA para construir um esforço, juntamente com o Instituto Amazônia+21, para promover estudos e rotas tecnológicas do açaí. “Se tivermos uma visão geopolítica e estratégica do açaí, poderemos, junto com o Instituto Amazônia +21, as Federações de Indústria e os governos estaduais, traçar a ‘Rota do Açaí da Amazônia”. E acrescentou: “Esse caminho pode se tornar um verdadeiro corredor de desenvolvimento sustentável, bioindustrial e comercial, conectando comunidades amazônicas ao mercado global. Um corredor estratégico de bioeconomia, integração regional e inserção global”.

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