Amazônia

Novo livro da OTCA traz estado da arte sobre o fogo na região amazônica


Publicação apresenta dados, impactos e recomendações para gestão integrada e soluções coordenadas


A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), em parceria com a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, lança no dia 16 de dezembro, em Brasília (DF), a publicação “Fronteiras do Fogo: um panorama do fogo na região amazônica”, a síntese mais abrangente já produzida sobre o fogo e suas variáveis em toda a região amazônica. O documento está disponível para download gratuito em Fronteiras do Fogo: Um panorama do fogo na Região Amazônica - OTCA. O evento ocorre na sede da OTCA (SEPN 510, Bloco A, 3° andar Asa Norte) a partir das 18 horas.
 

Estado da arte sobre fogo na Amazônia

A obra reúne conhecimento técnico e científico atualizado sobre a dinâmica do fogo no contexto amazônico, abordando desde a relação ancestral do uso do fogo até séries históricas de focos de calor e área queimada, impactos ambientais, econômicos e de saúde, além de recomendações para formulação de políticas públicas e fortalecimento da cooperação regional.


Os capítulos exploram:

● A Amazônia como peça-chave do sistema climático global;

● evolução dos padrões de incêndios e áreas afetadas;

● interações entre fogo, fragmentação da paisagem e crise climática;

● efeitos diretos sobre populações, biodiversidade, economia e serviços ecossistêmicos;

● e propostas de governança integrada para reduzir riscos de incêndios.
 

Dados recentes evidenciam mudança de padrão

Segundo a análise, em 2024 a região amazônica registrou 215 mil focos de calor e 16 milhões de hectares queimados, com predominância de áreas naturais impactadas. Os autores identificam um novo padrão, no qual o fogo avança sobre vegetação nativa e ecossistemas naturalmente úmidos, especialmente na borda sul da região.


Manejo Integrado do Fogo como abordagem estruturante

A publicação apresenta o Manejo Integrado do Fogo (MIF) como abordagem baseada na articulação entre cultura, ecologia e gestão do fogo, reconhecendo o papel dos conhecimentos tradicionais, da ciência aplicada e da governança territorial. O MIF é discutido como caminho viável para reequilibrar a relação com o fogo, conciliando práticas sustentáveis, proteção de ecossistemas e fortalecimento comunitário.


Recomendações para governança territorial

O livro propõe diretrizes para gestão territorial, cooperação Sul-Sul e protagonismo comunitário, com ações em múltiplos níveis — local, nacional e internacional. As recomendações convergem para soluções integradas, destacando a importância de infraestruturas de conhecimento compartilhado, coordenação institucional e participação social. A publicação encerra defendendo que as soluções para desafios globais relacionados ao fogo passam necessariamente por iniciativas locais e saberes territoriais.


Voz institucional

No prefácio, o secretário-geral da OTCA, Martín von Hildebrand, afirma que o fogo na Amazônia “exige cooperação, ciência e novas formas de governança”, destacando que a obra representa uma referência técnica para decisões e ações coordenadas entre os países amazônicos.


Sobre a publicação

“Fronteiras do Fogo” foi desenvolvido no âmbito da cooperação entre OTCA e GIZ, com contribuições de especialistas e instituições como o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil (MMA), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Banco Mundial, dentre outras, consolidando análises, dados e recomendações para a gestão do fogo na região.
 

SOBRE A OTCA: É formada por oito países amazônicos: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Tem a missão de fortalecer a RAMIF, apoiar o intercâmbio de práticas sustentáveis, capacitar governos e comunidades e promover ações conjuntas.
 

Sobre a GIZ: A Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH atua há mais de 60 anos em cooperação internacional pelo desenvolvimento sustentável, apoiando governos, instituições e comunidades em mais de 120 países.

Veja alguns trabalhos

 



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