Amapá Digital | Quarta-Feira, 17 de dezembro de 2025.
Durante o Outubro Rosa, a dermatologista Denise Ozores relembra como o diagnóstico de câncer de mama em 2020 a fez repensar o próprio corpo, a vaidade e o verdadeiro sentido da beleza.
Aos 40 anos, a dermatologista Denise Ozores vivia o auge da carreira. Acostumada a orientar pacientes sobre autoestima e cuidados com a pele, ela via a beleza como resultado de equilíbrio, saúde e técnica. Mas o diagnóstico de câncer de mama, em setembro de 2020, transformou tudo o que ela acreditava sobre aparência e autoconfiança.
“Eu sempre orientei mulheres sobre prevenção e estética, mas nada me preparou para viver isso na pele”, relembra. “Quando ouvi o diagnóstico, o medo tomou conta. Pela primeira vez, eu estava do outro lado, como paciente.”
Durante o tratamento, acompanhada pelo oncologista Fernando Maluf, ela enfrentou uma das etapas mais difíceis: a perda do cabelo. “Foi um choque. Eu olhava no espelho e não me reconhecia. A médica segura e confiante deu lugar a uma mulher frágil, tentando aceitar uma imagem completamente nova”, conta.
Com o tempo, Denise começou a enxergar aquela transformação com outro olhar. “Entendi que não era o cabelo que me definia, mas a forma como eu me via. Durante anos, falei sobre harmonia e estética, mas o câncer me mostrou que a verdadeira beleza começa por dentro.”
Após cirurgia, quimioterapia e radioterapia, Denise entrou em remissão e passou a usar sua história como forma de conscientizar outras mulheres. “Ser médica não me blindou. Se eu não tivesse feito meus exames, talvez não estivesse aqui. A prevenção é o maior ato de amor próprio que uma mulher pode ter.”
Hoje, ela diz que o câncer deixou cicatrizes que contam uma história de aprendizado e força. “Perder o cabelo foi o começo de uma nova fase. Aprendi a olhar para mim com mais compaixão e verdade. A beleza real não está no que a gente mostra, mas no que a gente sobrevive.”
VOLTAR A PÁGINA PRINCIPAL