Amapá Digital | Sexta-Feira, 12 de setembro de 2025.
O presidente da Câmara Municipal de Macapá, vereador Pedro DaLua (União Progessista), usou a sessão desta quinta-feira, 11, para se manifestar após a divulgação de um áudio clandestino gravado dentro do gabinete da presidência, envolvendo uma conversa particular entre ele e a vereadora Luana Serrão. Segundo DaLua, o material foi editado e utilizado com o objetivo de constrangê-lo e chantagear a presidência da Casa para atender interesses pessoais, incluindo a tentativa de convocação de terceiros para o uso da tribuna, atitude que, na visão do parlamentar, fere a seriedade da instituição.
Em seu pronunciamento, DaLua destacou: “Não falei nada que desabone minha conduta como presidente desta Câmara. Pelo contrário, o conteúdo da conversa mostra meu caráter conciliador e o desejo de recompor pontes, manter a harmonia no partido e garantir que a vereadora pudesse seguir seu mandato sem problemas. Sempre busquei evitar processos por infidelidade partidária e preservar o mandato conquistado nas urnas”.
Durante a leitura do comunicado oficial, o presidente reforçou que toda e qualquer tratativa realizada em sua sala ou em reuniões coletivas não foi gravada nem filmada. “Se ela teve coragem de me gravar na minha sala, pode muito bem até ter filmado outros momentos íntimos e descontraídos das pessoas que hoje a cercam como novas aliadas políticas”, disse.
DaLua classificou o episódio como um ato de traição política. “Não se trata de um mero desentendimento entre colegas. É um atentado contra a confiança que deve existir entre nós, vereadores, e um precedente perigoso para a democracia desta Casa. Se normalizarmos gravações clandestinas e edições maliciosas, amanhã qualquer um de nós poderá ser vítima de manipulações e chantagens e ataques covardes”.
O parlamentar afirmou que o ato atinge não apenas sua honra pessoal, mas a própria Câmara Municipal. “Mancha a imagem desta instituição perante a sociedade e coloca em risco a credibilidade do Parlamento, que deve ser um espaço de diálogo franco e lealdade entre seus membros”.
Em relação às medidas a serem tomadas, DaLua anunciou que o caso será remetido à Procuradoria-Geral da Câmara para parecer jurídico e, caso haja enquadramento por quebra de decoro parlamentar, será encaminhado ao Conselho de Ética para adoção das medidas cabíveis. “Não é uma decisão pessoal, mas institucional, pois compete a nós proteger a integridade da Câmara e garantir respeito às regras que nos regem”, afirmou.
O presidente também comentou sobre a relação com a vereadora Luana Serrão, criticando sua postura partidária: “Se ela é realmente leal ao prefeito Furlan, por que não disputou a eleição pelo Podemos? Ela concorreu pelo União Brasil, sabendo que o partido era de oposição, e ainda recebeu R$ 200 mil do fundo partidário. Está cometendo erro sobre erro”.
Apesar do ocorrido, DaLua enfatizou sua postura conciliadora e leal, inclusive com adversários: “Sou adversário leal e solidário. O que aconteceu não me atinge. Vereadora Luana Serrão, ainda aguardo pelo menos seu pedido de desculpas. E digo a vossa excelência, se vier agora, aceitarei. Como mais experiente, vejo isso como positivo, porque todos cometemos erros. Coloco-me à disposição para tentar buscar conciliação e união neste Parlamento”.
Texto e foto: Secom CMM.
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