Amapá Digital | Domingo, 17 de agosto de 2025.
Reforçando seu compromisso com o novo, o festival mais longevo do norte anuncia Fernanda Abreu, Otto, Assucena, Julia Mestre, terraplana, Crizin da Z.O. e os encontros inéditos de AQNO & RAWI, The Mönic + Keila e Baile Mestre do Cupijó convida Mestre Iolanda do Pilão, em edição que acontece 6 de setembro, no Porto Futuro, em Belém.
Comemorar duas décadas de atividades musicais ininterruptas, em Belém, na Amazônia, é uma vitória. Especialmente quando se trata de música independente, cena musical emergente e artistas amazônicos. No dia 6 de setembro, o Festival Se Rasgum celebra mais um marco na sua trajetória, reafirmando seu compromisso com o novo.
Nascido do encontro de amigos para ouvirem música alternativa em Belém, hoje o Se Rasgum é referência no calendário paraense e nacional, tendo como característica principal a curadoria musical, que desde sempre aposta no frescor, na potência e em toda diversidade da música seja ela local, nacional ou internacional.
Para comemorar seus 20 anos, o festival anuncia os shows da garota carioca Fernanda Abreu, do galego boa praça Otto com Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos, comemorando 15 anos do disco; as belas e talentosas Júlia Mestre, Assucena e The Mönic com Keila; e o sabor amazônico de AQNO junto com RAWI e Baile do Mestre Cupijó convidando Mestre Iolanda do Pilão. Crizin da Z.O e terraplana completam as novidades quentíssimas dessa edição. Eles se juntam aos já anunciados Teenage Fanclub, Sophia Chablau E Uma Enorme Perda de Tempo, Valesca Popozuda, Móveis Coloniais de Acaju e Suraras do Tapajós & Lia Sophia.
As apresentações acontecem no Porto Futuro e os ingressos já estão à venda online.
“Temos muito o que comemorar nestes 20 anos. Assim como outros movimentos na cidade, nós sentimos orgulho de ter contribuído para colocar a música de Belém e Amazônica no mapa da música brasileira. Nesse momento, estamos focados em entregar uma conferência musical e um festival de música inesquecíveis, mesmo diante de tantas dificuldades’, pontua Marcelo Damaso, um dos criadores do festival, que tem como sócia Renée Chalu: “nosso papel é além da música, é pela fomentação cultural, pelo ineditismo e pela ousadia em fazer line ups que não seguem padrões ou buscam apenas números. Não custa lembrar que somos o primeiro festival de música da Amazônia a receber o Certificado Lixo Zero, e que nossa missão na música representa muito mais”.
ALMA - AMAZÔNIA LEGAL MÚSICA & ARTE
Neste ano, o festival realiza de 3 a 5 de setembro a 1ª Conferência Internacional de Música da Amazônia Legal, ALMA, com entrada gratuita. A conferência chega em um momento essencial para somar nas pautas e discussões pré-COP3O, realizada em novembro, em Belém. “A criação da ALMA como conferência internacional é mais um passo para mostrar que temos totais condições de desenvolver nosso mercado sediando eventos de cunho internacional para exportação e conexão da música e dos mercados criativos na região”, defende Renée Chalu, diretora executiva do Se Rasgum e idealizadora da ALMA. A conferência terá um palco aberto ao público com atrações locais, nacionais, internacionais e 10 showcases.
Com programação totalmente gratuita ainda a ser divulgada, a conferência ALMA vai reunir os profissionais da música, da economia criativa, sustentabilidade e demais setores que se relacionam com as várias faces da indústria da cultura. Para a diretora do evento, um dos principais eixos de atuação e de convergência no evento serão as discussões de pautas essenciais para o mercado. “Precisamos colocar a cultura amazônica no centro das ações para pensar o presente e o futuro dos impactos das mudanças climáticas nas mais diversas áreas da sociedade, sendo uma ferramenta importante na busca de soluções sustentáveis em prol de justiça climática e social. Nesse contexto, é preciso entender como a música conectada aos mais diversos segmentos artísticos podem ser importantes aliados e agentes de transformação e mobilização social na região Amazônica”, conclui Renée.
Com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Conferência Alma e o Festival Se Rasgum, contam também com o apoio Cultural do British Council da Funarte através do edital de Apoio a Ações Continuadas 2023, Deputado Estadual Chicão. Evento organizado com Apoio no âmbito da Temporada França-Brasil 2025 e conta com apoio de BNP Paribas, British Council, Logistica Artística da Bird Viagem, Plataforma Oficial Inti. Uma realização da Associação Cultural Amazônia Independente e da Se Rasgum Produções.
Se Rasgum 2024 - crédito Mariana Almeida
Saiba mais sobre o line-up do Se Rasgum 20 Anos:
AQNO & RAWI (PA)
AQNO e RAWI prometem um encontro quente e explosivo no palco do Se Rasgum. Dois grandes expoentes da música contemporânea paraense, os dois levam para o festival seus últimos trabalhos. AQNO (Aquino) é cantor, compositor e produtor musical de Marabá, sudeste do Pará - pesquisa, produz, escreve e performa musicalidades latino-amazônicas como cumbia, zouk, lambada, brega, tecnomelody, trazendo referências de cultura pop universais para o seu trabalho sonora e esteticamente. Premiado como melhor intérprete de música pop no Prêmio Amazônia de Música (2023) e indicado na categoria Melhor Brega do Ano no Prêmio Multishow 2024, AQNO viu sua carreira mudar drasticamente em 2021 com o lançamento de seu primeiro álbum autoral O Retorno de Saturno, reconhecido a partir de então como um representante da música pop nortista ao lado de nomes como Dona Onete, Gang do Eletro e Zaynara.
AQNO - crédito Tereza Maciel
RAWI é um artista não binárie, que nasceu e se criou em Santarém, numa região conhecida como "planalto santareno". Cresceu se aventurando nas artes, indo do teatro às telas, enquanto descobria na arte formulações de sobrevivência mental e esperança de um futuro. No ano passado ele lançou seu segundo disco, Arte de Bicha (Natura Musical) em que mergulha em sua identidade queer a partir de referências pop e símbolos da cultura regional nortista-santarena.
RAWI - crédito: divulgação
Assucena (BA)
Depois de romper padrões e conquistar o Brasil com a banda As Baías, a cantora e compositora Assucena lançou sua carreira solo em dezembro de 2021. Nascida e crescida no sertão da Bahia, ela constrói sua identidade artística a partir das influências da música baiana - em especial o Tropicalismo -, assim como das mais variadas vertentes da música popular brasileira, em composições e interpretações que dialogam com ritmos diversos como o samba, o rock e a música pop contemporânea.
Além de apresentar as canções de seu primeiro disco solo, Lusco-Fusco, ela apresenta releituras de canções gravadas por artistas da MPB que marcaram sua formação, como Gal Costa.
Baile do Mestre Cupijó convida Mestra Iolanda do Pilão (PA)
Sintonizada com a grandeza do mestre musical e inventor Mestre Cupijó, a banda Baile Mestre do Cupijó emerge como uma peça fundamental na riqueza da música amazônica brasileira. Com raízes profundas no norte do Brasil, Mestre Cupijó trouxe inovação e genialidade ao Siriá e ao Banguê. O Baile, herdeiro do seu legado, não apenas celebra, mas leva essa tradição pro palco do festival. Em meio ao cenário, eles lançam músicas, mantendo acesa a chama da autêntica musicalidade regional, solidificando-se como guardiões de um som que transcende gerações. Para o Se Rasgum, eles prepararam um show especial com a presença de Mestra Iolanda do Pilão.
Baile Mestre do Cupijó - crédito: divulgação
Dona Iolanda do Pilão - crédito: divulgação
Fernanda Abreu (RJ)
A garota carioca suingue sangue-bom leva para o festival o show em que comemora 30 anos de baile. Uma das maiores figuras icônicas da música pop dançante nacional, Fernanda Abreu apresenta em Belém o show do projeto que reuniu três décadas de hits como “Rio 40 Graus”, “A Noite”, “Veneno da Lata”, “Kátia Flávia, A Godiva de Irajá, “Você pra Mim” e “Jorge da Capadócia”, entre outros.
crédito - Murilo Alvesso
Crizin da Z.O. (RJ)
Crizin da Z.O. é um projeto que mescla o funk carioca com diversos ritmos eletrônicos e experimentações percussivas que transitam entre o samba, drum 'n' bass, rap e punk. No Se Rasgum, o quarteto apresenta o show de seu terceiro álbum, Acelero (QTV), lançado no ano passado e que figurou em diversas listas de melhores discos do ano da imprensa musical, catapultando o holofote para os cariocas como uma das grandes revelações do ano.
crédito - divulgação
Julia Mestre (RJ)
Projetada nacionalmente como uma das integrantes do grupo Bala Desejo, Julia Mestre é dona de uma estética magnética e visceral. A cantora,compositora, multi-instrumentista, produtora musical, atriz e diretora criativa carioca leva para Belém sua Maravilhosamente Bem Tour, show de seu terceiro disco solo, lançado em maio deste ano acompanhado de uma estética cuidadosamente nostálgica, com referências entre o contemporâneo e o oitentista.
No show do festival ela promete um ritual pop, uma experiência para cantar junto, dançar e se emocionar com as referências que norteiam seu álbum que passa por Rita Lee, Donna Summer, Marina Lima e Sade.
crédito - Bonin
Móveis Coloniais de Acaju (DF)
Eles já se apresentaram em algumas edições memoráveis do festival Se Rasgum, em 2007 e 2015, e voltam uma década depois para Belém para cortar o bolo de 20 anos. Os brasilienses do Móveis Coloniais de Acaju levam para o festival toda a sua explosão de pop/rock com pitadas de ska que fez deles uma das bandas mais incensadas e adoradas nos anos 2000.
crédito - Thaís Mallon
Otto apresenta Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos (PE)
O cantor e compositor pernambucano Otto passa pelo Se Rasgum com a turnê comemorativa de 15 anos de lançamento do icônico álbum Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos, iniciada no ano passado e que vem rodando o país. Quarto disco de estúdio, foi inspirado principalmente na obra A Metamorfose de Franz Kafka, com fortes influências entre a vida pessoal do cantor e a relação dela com o livro de Kafka. O álbum traz canções como “Crua”, que foi trilha de novela da Globo, “Janaina”, a épica “6 Minutos” e até mesmo uma releitura de “Naquela Mesa”, de Nelson Gonçalves e “Lágrimas Negras”, de Jorge Mautner.
Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo (SP)
A banda paulistana Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo nasceu em 2019 e em 2021 lançou pelo Selo RISCO seu disco de estreia homônimo, produzido pelo multiartista carioca Ana Frango Elétrico. O disco foi sucesso na crítica especializada e a banda foi indicada Artista Revelação 2023 pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). Dois anos depois, lançam seu segundo álbum Música do Esquecimento (2023) com produção do pianista pernambucano Vitor Araújo. Com o single “Segredo”, foram indicados ao Prêmio Multishow na categoria Rock do Ano.
Com seus dois álbuns, a banda rodou por mais de 30 cidades do Brasil e fez sua primeira turnê internacional, na qual passaram por cinco países da Europa, integrando o line-up oficial do Primavera Sound Barcelona 2024. Ainda em 2024 realizaram uma nova turnê nacional com mais de 10 datas, onde tocaram pela primeira vez no Nordeste do país, passando por 7 capitais em shows solo e festivais como o Radioca, o DoSol e o Coquetel Molotov. Em 2025, integraram a programação do Lollapalooza Brasil.
crédito - Helena Ramos
Suraras do Tapajós & Lia Sophia (PA)
Quem também volta a se apresentar no palco do festival é o primeiro grupo feminino amazônico e indígena de carimbó: as Suraras do Tapajós. Elas apresentam nesta edição canções autorais e grandes sucessos do Pará, com letras que exaltam a natureza, a força feminina e a ancestralidade do seu povo e recebem a paraense Lia Sophia como convidada especial.
Suraras do Tapajó - crédito: Cabron Studios
Lia Sophia - crédito: divulgação
Teenage Fanclub (UK)
Um dos ícones da música indie em atividade há 30 anos, que está de passagem pelo país e se apresentará pela primeira vez na região norte com sua nova formação, com Norman Blake e Raymond McGinley — membros fundadores — ao lado de Francis Macdonald (bateria), Dave McGowan(baixo) e Euros Childs (teclado). A banda escocesa traz no repertório músicas que atravessam sua trajetória desde o início nos anos 1990 até o álbum mais recente, Nothing Lasts Forever (2023).
terraplana (PR)
A banda curitibana terraplana apresenta o show de seu segundo álbum, natural, lançado em março pela Balaclava Records. O trabalho traz a já conhecida atmosfera nostálgica criada pelo grupo em seus trabalhos anteriores, mas indo além do rótulo shoegaze, passeando por várias vertentes do rock alternativo, como o pós hardcore e o slowcore. O repertório conta também com canções dos trabalhos anteriores, o disco olhar pra trás (2023) e o EP Exílio (2017).
O terraplana vem numa crescente desde o lançamento de seu álbum de estreia, olhar pra trás, que rendeu mais de 40 shows ao redor do Brasil. O grupo ganhou destaque nos festivais Primavera Sound e Balaclava Fest, além de se apresentarem como atração de abertura para nomes internacionais como Slowdive, Deafheaven e Turnover. terraplana é composto por Stephani Heuczuk (voz e baixo), Vinícius Lourenço (voz e guitarra), Cassiano Kruchelski (voz e guitarra) e Wendeu Silverio (bateria).
crédito - Livia Rodrigues
The Mönic (SP) + Keila (PA)
Desde 2018 na ativa, The Mönic é uma banda paulistana formada por Dani Buarque (voz/guitarra), Ale Labelle (voz/guitarra), Joan Bedin (voz/baixo) e Daniely Simões (bateria). Com uma sonoridade que cruza o grunge noventista, o new metal e o hardcore moderno, a banda colide melodia e urgência, rasgo e sutileza — tudo com identidade própria. Para o show do Se Rasgum, elas mostram toda a força e potência feminina recebendo no palco Keila, rainha do treme e uma referências do tecnomelody paraense, com uma trajetória marcada pela sua participação no vocal da Gang do Eletro.
The Mönic - crédito Anne Godoneo
Keila - crédito Iolanda Matos Produções
Valesca Popozuda (RJ)
Valesca Popozuda é um ícone do funk, sendo considerada uma das precursoras do gênero no início dos anos 2000, quando ganhou projeção nacional como vocalista do grupo A Gaiola das Popozudas. Com carreira consolidada e de grande notoriedade, ela carrega grandes sucessos, entre eles o seu maior hit “Beijinho no Ombro” e “Sou a Diva que Você quer Copiar”. Em junho, Valesca foi consagrada com o prêmio de "Melhor Artista de Funk” no renomado Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira, reforçando sua relevância e trajetória sólida dentro do gênero.
SERVIÇO
ALMA - Amazônia Legal Música & Arte 3 a 5 de setembro Entrada gratuita Local e programação serão divulgados em breve!
Festival Se Rasgum – 20 Anos 6 de setembro Porto Futuro – Travessa Quintino Bocaiúva, 200, Reduto, Belém (PA)
Atrações confirmadas: Teenage Fanclub (UK), Móveis Coloniais de Acaju (DF), Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo (SP), Fernanda Abreu (RJ), Otto canta Certas Manhãs (PE), Assucena (BA), Valesca Popozuda (RJ), Julia Mestre (RJ), AQNO convida RAWI (PA), Baile do Mestre Cupijó convida Mestre Iolanda do Pilão (PA), terraplana (PR), Suraras do Tapajós e Lia Sophia (PA), Crizin da Z.O. e The Mönic + Keila (PA)
Ingressos à venda online
Por Francine Ramos
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