Amapá Digital | Sexta-Feira, 20 de junho de 2025.
Governo do Amapá aposta na prevenção como arma de enfrentamento eficaz contra as SRAG
Em situação de emergência em saúde pública pelo aumento das hospitalizações por síndromes respiratórias, o Governo do Amapá intensificou a busca ativa para imunizar crianças contra Influenza e Covid-19 que estão internadas ou em observação no Hospital da Criança e do Adolescente (HCA) e no Pronto Atendimento Infantil (PAI), em Macapá. A medida se estende a acompanhantes dos pacientes e profissionais de saúde dessas unidades.
O trabalho é desenvolvido pelo Núcleo de Vacinação do HCA, que detectou cadernetas incompletas ou desatualizadas de alguns imunizantes, principalmente os relacionados à doenças respiratórias, a principal demanda do hospital, que atualmente está com taxa de 100% de ocupação de leitos clínicos e de UTI, a maioria com casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
André Carvalho, enfermeiro do Núcleo de Vacinação do HCA/PAI
Foto: Júnior Nery/Sesa
"O Governo do Amapá entrou em alerta com o aumento dos casos. A vacinação é preventiva, por isso ofertamos as doses de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, para crianças internadas, acompanhantes e servidores”, explicou André Carvalho, enfermeiro do Núcleo de Vacinação do HCA.
A pequena Ana Clara, de 4 anos de idade, passou por avaliação médica no Pronto Atendimento Infantil e foi diagnosticada com síndrome gripal. A mãe, Cássia Camila, acredita que a vacinação fez a diferença para que a doença não se agravasse.
"Nunca deixei de vacinar a minha filha. Isso é importante. Se não tivesse imune, tenho certeza de que hoje ela estaria internada, com sintomas muito mais graves", afirmou, aliviada com a boa resposta da filha à doença.
Cássia levou a filha, Ana Clara, para atendimento no PAI e garante que a vacina preveniu a evolução da gripe
As equipes atuam em conjunto com os médicos pediatras, que indicam se o paciente pode ou não atualizar naquele momento, o cartão de vacina, especialmente cardiopatas, diabéticos, pacientes com doenças neurológicas e crônicas.
“A vacina precisa ser aplicada em pessoas saudáveis. Um quadro leve pode permitir a aplicação, mas casos com febre ou agravamento são avaliados com muita cautela. Conscientizamos os profissionais e acompanhamos o censo vacinal. É uma estratégia essencial para proteger quem está vulnerável", explicou o enfermeiro.
Rinaldo Júnior, médico responsável pelo Núcleo de Epidemiologia do HCA/PAI
O médico do Núcleo de Epidemiologia do HCA/PAI, Rinaldo Júnior, alertou que muitos casos de síndromes gripais atendidos nas unidades poderiam ser resolvidos na atenção básica, evitando a superlotação.
"A influenza é a síndrome gripal mais comum neste período. Muitos pais ainda deixam de vacinar seus filhos, o que pressiona os leitos. A vacinação em dia é fundamental para conter a gravidade e evitar hospitalizações", pontuou o médico.
A indígena Kura Waiãpi, que atua como intérprete no PAI, também passou pelo Núcleo de Vacinação para receber a dose contra a hepatite A. Ela já havia tomado os imunizantes contra a Influenza e Covid-19.
"Sei da importância e tenho preocupação, porque ainda não levei meus filhos para vacinar, mas já agendei a ida deles para receber os imunizantes", ressaltou Kura, destacando que a conscientização é fundamental.
Por Júnior Nery
Kura Waiãpi é consciente da importância da vacina que protege contras as doenças respiratórias como a gripe e a Covid-19
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