Tradição e Identidade

"A ancestralidade nos une", diz Carlinhos Brown, embaixador do Marabaixo no Ciclo de 2025


Manifestação cultural afro-amapaense ganha ainda mais visibilidade com a presença do artista baiano nas matas do quilombo do Curiaú durante a Retirada dos Mastros


Carlinhos Brown emocionou a comunidade quilombola do Curiaú, em Macapá, ao participar da Retirada dos Mastros nas matas da região, reforçando a importância das tradições afro-amapaenses. Em sua primeira atuação como embaixador do Ciclo do Marabaixo 2025, o artista baiano foi recebido com cantos, caixas e abraços calorosos, celebrando a ancestralidade que une os povos negros do Brasil. “A ancestralidade nos une”, declarou, ao destacar o valor simbólico e espiritual do ritual.

Nomeado oficialmente pelo Governo do Amapá, Brown assume o papel de embaixador com a missão de ampliar a visibilidade nacional do Marabaixo, manifestação cultural que une fé, memória e resistência do povo negro da Amazônia. Para o músico, a conexão com o Curiaú e sua história quilombola é mais do que simbólica.

 “Este território é um centro de saberes e espiritualidade que precisa ser celebrado e preservado”, disse o multiartista.

Durante sua participação no evento, Carlinhos Brown reafirmou seu compromisso com as comunidades quilombolas e com o fortalecimento das expressões culturais afro-brasileiras. Sua presença, além de simbólica, serve como ponte entre o Marabaixo e outras manifestações culturais do país. O ciclo de 2025, que segue até junho, celebra não apenas uma festa popular, mas uma identidade que resiste ao tempo e aos desafios contemporâneos.

A chegada de Brown ao quilombo do Curiaú representa um novo momento para o Marabaixo, que ganha projeção nacional com o envolvimento de uma das vozes mais influentes da música brasileira. Com apoio institucional e forte engajamento das comunidades locais, o Ciclo do Marabaixo reafirma seu lugar como símbolo da cultura afro-amapaense e como um espaço vivo de conexão entre passado, presente e futuro.

Ciclo do Marabaixo 2025

Em 2025, o Ciclo do Marabaixo celebra o centenário de Benedita Guilherma Ramos, a "Tia Biló", matriarca do marabaixo do Laguinho, falecida em 2021, aos 96 anos. O investimento recorde para o festejo é de R$ 2,5 milhões, fruto de recursos do Tesouro Estadual e de emenda destinada pelo senador Randolfe Rodrigues.

A programação é realizada pelas famílias tradicionais do Amapá, é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde novembro de 2018. Essa manifestação típica reúne danças de roda, percussão, cantigas que relatam o cotidiano da população quilombola amapaense, somadas às festas do catolicismo popular, e inicia sempre no Sábado de Aleluia e se estende até o domingo seguinte a Corpus Christi, este ano, de 19 de abril a 22 de junho.

Com informações/  Gabriel Penha

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