Saúde da mulher

"Importante para refletir nossas ações", diz enfermeira em roda sobre violência obstétrica


Ação promovida pelo Hospital da Mulher Mãe Luzia e Ministério Público dialogou sobre atividades de escuta, acolhimento e desenvolvimento de estratégias efetivas do pré ao pós-parto.


 Para aumentar a qualidade da assistência a mulheres atendidas nas unidades de saúde, o Hospital da Mulher Mãe Luzia (HMML), em parceria com as maternidades de Macapá, recebeu o Ministério Público do Amapá (MP-AP) na quinta-feira, 8, para uma conversa sobre estratégias de enfrentamento à violência obstétrica.

A iniciativa da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde do MP e da Secretaria da Saúde (Sesa) levou para as médicas, enfermeiras, psicólogas e fisioterapeutas, atividades de escuta, acolhimento e desenvolvimento de estratégias efetivas para combater novos casos do pré ao pós-parto. Uma das pessoas que participou do momento de aprendizado foi a enfermeira e coordenadora da qualidade na área da Neonatologia, Edicleuce Félix, que falou do sentimento ao fazer parte da ação.

“O projeto de esclarecer o que é violência obstétrica partiu de uma necessidade. Com isso, percebemos que a violência vai muito além da fala e do cuidado direto, mas faz parte de uma repercussão estrutural e psicológica, pois ela pode ocorrer nos detalhes. Então, é importante a gente falar sobre essa pauta para conseguir diariamente raciocinar sobre nossas ações”, disse Edicleuce.

Círculo de prática de justiça restaurativa para compartilhamento de vivências trabalhando na saúde

Círculo de prática de justiça restaurativa para compartilhamento de vivências trabalhando na saúde

Foto: Lorena Lima/Sesa

Quem também achou a iniciativa proveitosa foi a administradora do Hospital da Mulher Mãe Luzia, Tayla Rabelo. Em 2016, o profissional foi acolhida na unidade de saúde para ter o filho, Lucas Mateus, que hoje está com 9 anos. Ela pontuou que as lições aprendidas na roda de conversa poderão ser aplicadas no dia a dia.

“Aprender tudo isso nos sensibiliza todo dia a dar um bom atendimento para nossas pacientes. E por mais que exista muita empatia, ocorrem situações imprevistas e desafiadoras no Hospital. Tentamos de todas as formas melhorar nossa conduta e sempre encontrar uma válvula de escape entre as profissionais, para assim superar desafios e garantir um bom atendimento. Eu tive um bebê prematuro com apenas 35 semanas aqui e não foi fácil. Volto agora com um olhar diferente, mais sensível, já sei como é ser paciente e como devo agir sendo servidora do hospital”, revelou a administradora Tayla.

Tayla Rabelo, administradora da Maternidade Mãe Luzia

Tayla Rabelo, administradora da Maternidade Mãe Luzia

Foto: Lorena Lima/Sesa

Zero Violência Obstétrica

O Ministério Público do Amapá, em parceria com a Secretaria da Saúde do Estado, está em atividades com rodas de conversa nas maternidades para prevenir, educar e conscientizar sobre a violência obstétrica, abordando como existem diferentes formas de ferir a integridade de mulheres grávidas atendidas nos hospitais durante todo o processo do parto.

Como violência obstétrica, podem ser incluídos casos de lesões durante procedimentos e proibição de acompanhantes.

No círculo de práticas de justiça restaurativa no HMML, as profissionais de saúde puderam trocar experiências e saberes para desenvolverem, junto do MP, resoluções e estratégias de combate e redução dos casos de violação da integridade de mulheres em parto nos hospitais.

Por Lorena Lima

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