Ancestralidade

Ciclo do Marabaixo 2025 celebra tradição, fé e resistência em memória à Tia Biló


Com homenagens, fomento cultural e novas ações, o evento fortalece a tradição centenária da marabaixeira, que ecoa nos barracões de Macapá e na história do estado.


Com apoio do Governo do Amapá, o Ciclo do Marabaixo 2025 iniciou neste “sábado de aleluia”, 19, em sete barracões tradicionais na zona central e rural de Macapá, e segue até o chamado “domingo do Senhor”, após a celebração de Corpus Christi, em 22 de junho. Este ano, a programação homenageia o centenário de Benedita Guilherma Ramos, a Tia Biló, matriarca do marabaixo do bairro Laguinho, falecida em 2021 aos 96 anos. 

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? FOTOS: Confira a abertura do Ciclo do Marabaixo 2025

O evento, que celebra o culto ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade, é organizado por grupos e associações culturais, com investimento de R$ 2,5 milhões, recursos do Tesouro Estadual e de emenda do senador Randolfe Rodrigues, gerando impactos positivos na economia por meio da cultura e do turismo.

Programação ancestral é incentivada pelo Governo do Amapá e senador Randolfe Rodrigues

Programação ancestral é incentivada pelo Governo do Amapá e senador Randolfe Rodrigues

Foto: Gabriel Penha/GEA

"Mais do que valorizar a cultura, é preciso fortalecê-la. Garantir o futuro passa por investir no presente da juventude, das crianças e também nos saberes dos mais velhos. É com esse compromisso que o Governo do Amapá está promovendo um grande fomento à cultura, destinados a 11 ações do Ciclo do Marabaixo 2025. Quem está levando o Marabaixo e o Amapá para o mundo somos nós", expressou Josilana Santos, diretora-presidente da Fundação Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Feppir/Fundação Marabaixo).

Diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos e senador Randolfe Rodrigues

Diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos e senador Randolfe Rodrigues

Foto: Adriano Monteiro/GEA

Josilana Santos ressaltou, ainda, que o Ciclo do Marabaixo é mais do que uma celebração cultural, é uma afirmação de identidade, resistência e memória do povo amapaense. A cada toque do tambor e a cada canto entoado, reafirmam as raízes e fortalecem suas histórias. 

"O ciclo do Marabaixo é a principal manifestação que temos, é a nossa identidade, é a identidade dos amapaenses. Ele carrega em suas batidas, danças e cantos a nossa história, a resistência de um povo que, ao longo dos séculos, preservou suas tradições, sua cultura e sua fé. O Marabaixo não é apenas uma festa, é um símbolo de nossa luta e união", discursou o senador Randolfe Rodrigues.

Ciclo do Marabaixo ocorre em sete barracões tradicionais neste ano

Ciclo do Marabaixo ocorre em sete barracões tradicionais neste ano

Foto: Adriano Monteiro/GEA

O momento ocorreu nos barracões Berço do Marabaixo, Raízes da Favela Dica Congó, Associação Zeca e Bibi Costa (Azebic), na Favela (bairro Santa Rita); Marabaixo do Pavão e Raimundo Ladislau, no bairro do Laguinho, e União Folclórica de Campina Grande (UFCG) e Santíssima Trindade da Casa Grande, na Região Rural da capital, com apoio da Fundação Marabaixo e da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). 

Clícia Vieira Di Miceli, secretaria de Estado da Cultura

Clícia Vieira Di Miceli, secretaria de Estado da Cultura

Foto: Flávio Sousa/GEA

"O Ciclo do Marabaixo é um dos períodos mais significativos do calendário cultural do Estado do Amapá. O Governo do Amapá fortalece essa tradição, garantindo fomento e investimentos para que ela não se perca com o tempo. Pelo contrário, que cresça, se renove e continue sendo motivo de orgulho para o povo amapaense. Essa manifestação cultural, marcada pelo som dos tambores e pela herança africana, não apenas conta um pouco, mas conta muito da história do nosso estado", frisou Clícia Vieira Di Miceli, secretária de Estado da Cultura.

Para a edição deste ano, a organização anuncia diversas novidades. Entre elas, dois eventos esportivos: uma corrida de rua e um pedal que irão percorrer os barracões que realizam a festividade deste ano. Ainda estão previstos os lançamentos de uma cartilha, uma revista e um documentário sobre a cultura marabaixeira amapaense.

Outra novidade, é a primeira edição do projeto “Marabaixando entre Versos e Ladrões pelas plataformas digitais: O cantar do Marabaixo, dos tradicionais barracões para o mundo”, uma iniciativa do Governo do Amapá que promoveu a gravação de 16 faixas de "ladrões" de Marabaixo, levando os cantos tradicionais para as principais plataformas de streaming, na internet, e ampliando seu alcance para além dos barracões e rodas culturais.

Neste domingo de Páscoa, 20 de abril, as tradicionais rodas de marabaixo acontecem nos barracões Tia Biló, do grupo Raimundo Ladislau, e Marabaixo do Pavão, ambos localizados no bairro do Laguinho. Durante os dois meses de celebração, diversos rituais são realizados, como a retirada dos mastros nas matas do quilombo do Curiaú, cortejos da murta, levantamento dos mastros, ladainhas, missas, entre outros momentos que marcam essa manifestação cultural.

Por Flávio Sousa

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