Amapá Digital | Quinta-Feira, 26 de junho de 2025.
Pesquisa promovida pelo Ministério da Saúde aponta que Macapá ocupa o terceiro lugar entre as capitais do norte na ocorrência de sobrepeso e obesidade
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é um dos problemas de saúde que serão enfrentados nos próximos anos, e a estimativa é que, até 2025, aproximadamente 2,3 bilhões de pessoas em todo o mundo estejam acima do peso. Desses, 700 milhões estarão com o Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30, o que indica um quadro de obesidade.
No Brasil, os casos de obesidade aumentaram cerca de 72% na última década, chegando a 20,3% em 2019. Diante deste quadro, o Ministério da Saúde promoveu a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que ouviu 52.443 pessoas, entre homens e mulheres das capitais dos 26 estados, mais o Distrito Federal, todos acima de 18 anos.
O documento revela que 55,4% dos entrevistados apresentaram excesso de peso, sendo a maioria do público masculino, com 57% dos entrevistados. Já em relação à obesidade, 19,8% das pessoas possuem o IMC maior que 30, o que, pela definição da OMS, configura a comorbidade. A maior prevalência desse quadro está entre o público feminino, com incidência em 20,7% das mulheres.
No recorte das capitais, Macapá ocupa o terceiro lugar na região norte de pessoas acima de 18 anos com excesso de peso, com a incidência desse quadro em 53,3% dos entrevistados. Em relação à obesidade, 22,9% dos entrevistados se enquadraram no padrão da comorbidade, com prevalência maior no público feminino, com 25,2%.
Segundo a nutricionista Anne Silva, quando uma família passa a ter uma alimentação que é menos natural, com alimentos industrializados e sem uma rotina e educação alimentar adequadas, isso exerce influencia diretamente na ocorrência dos casos de sobrepeso e obesidade. “Os alimentos industrializados têm poucos nutrientes e preços mais acessíveis, então, muitas vezes, um chefe de família vai priorizar conseguir comprar algo para colocar na mesa, mas sem levar em consideração a qualidade dele”, destaca.
Uma das alternativas apresentadas por Anne, que também é professora na Estácio, é investir em alimentos regionais, como o açaí. A nutricionista explica que este é um alimento com um aporte nutricional adequado, rico em antioxidantes, com um quantitativo bom de carboidratos, responsáveis pela energia para trabalhar e desempenhar todas as nossas funções do dia a dia, além de ter um bom quantitativo de gordura saudável.
“O grande problema nessa situação é o exagero e de que forma esse alimento será consumido. Algumas pessoas têm o hábito de consumi-lo com farinha e açúcar, associando-o a um produto que passa por um processo de conservação, como os embutidos, o que resulta em um acréscimo nas calorias”, comenta.
Anne explica que, caso a pessoa apresente um quadro de sobrepeso ou até mesmo obesidade, é necessário procurar um nutricionista para que seja organizada a rotina alimentar dentro das possibilidades de cada um, a fim de reverter o quadro.
“Os profissionais da nutrição também estão disponíveis na rede pública e o atendimento pode ser feito em Unidades Básicas de Saúde [UBSs]. Ao fazer isso, o nutricionista vai conhecer esse paciente e prescrever uma proposta de reeducação alimentar para que ele consiga, dentro das possibilidades, reverter o quadro”, completa.
VOLTAR A PÁGINA PRINCIPAL