Amapá Digital | Terça-Feira, 23 de dezembro de 2025.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se destacam como importantes atores econômicos e atraem interesse de outras nações
Um estudo conduzido pela agência Bloomberg revelou que o bloco Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, contribuirá com quase 35% do crescimento global até o ano de 2028. Esse dado impressionante coloca o Brics à frente da contribuição do G7, formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, que deve representar 27,8% da economia global no mesmo período. Essa projeção indica o poder econômico crescente dos países emergentes e sua relevância no cenário internacional.
O Brics foi criado em 2009 com a adesão da África do Sul no ano seguinte. O bloco atua como um mecanismo de cooperação em áreas que têm o potencial de gerar resultados concretos para os cidadãos de seus países membros. Com uma população combinada de mais de 3 bilhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente US$ 25 trilhões, o Brics representa cerca de 40% da população mundial e cerca de um quarto da economia global.
O sucesso e a influência do Brics têm despertado interesse de outros países em ingressar no bloco. De acordo com a Bloomberg, mais de 40 nações manifestaram interesse em fazer parte dessa aliança econômica. O embaixador da África do Sul no bloco, Anil Sooklal, destacou essa crescente demanda por adesão. A próxima cúpula do Brics está prevista para acontecer entre os dias 22 e 24 de agosto na capital Johanesburgo, e os critérios para uma eventual expansão devem ser discutidos nesse importante encontro.
A participação do Brasil no Brics é considerada estratégica e vantajosa por especialistas. O professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Thiago Gehre, ressalta que o Brics é um seleto grupo de países economicamente potentes, o que possibilita ao Brasil ampliar suas oportunidades comerciais e financeiras, tanto em exportações como importações.
O comércio exterior entre o Brasil e a África do Sul é um exemplo do potencial desse bloco. Em 2022, o volume de comércio entre os dois países atingiu US$ 2,6 bilhões, com produtos como petróleo, frango e veículos liderando as exportações brasileiras. Por outro lado, a prata, platina, carvão e alumínio se destacaram nas importações vindas da África do Sul.
Apesar das vantagens econômicas do Brics, o cenário internacional apresenta alguns desafios para o Brasil. A guerra comercial entre China e Estados Unidos, bem como o conflito entre Rússia e Ucrânia, torna importante para o Brasil adotar uma postura de neutralidade nas relações internacionais, equilibrando a aproximação com países do Brics e parceiros tradicionais como EUA e União Europeia.
Para enfrentar esses desafios, o Senado instalou a Frente Parlamentar de Relacionamento com o Brics, com o objetivo de acompanhar a legislação e políticas que envolvam o bloco, promover o intercâmbio com parlamentos dos países membros e facilitar as relações comerciais, buscando ganhos econômicos e ambientais para o Brasil e seus parceiros. Com uma abordagem equidistante e pragmática, o Brasil pode desfrutar das oportunidades e benefícios oferecidos pela parceria com os países do Brics, enquanto mantém relações sólidas e equilibradas com outras nações importantes no cenário global.
Fonte: Brasil 61
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